quinta-feira, 25 de agosto de 2016

GRAÇA BARROSO – Bailarina






Graça Barroso (Portugal, 1950 - 2013

Uma das maiores artistas da dança portuguesa – e seguramente a melhor da sua geração.

Bailarina de fino recorte técnico e artístico, começou por estudar dança com Helena Miranda tendo, posteriormente, ingressado na classe de ginástica rítmica do Sporting Clube de Portugal. Daí o seu porte atlético apesar de possuir uma figura bastante frágil. 

Voltou a interessar-se pelo bailado, anos mais tarde, tendo regressado aos estúdios nas classes dos ingleses Anna Ivanova e David Boswell, na chamada Escola do Teatro de S. Carlos (entre 1965 e 1967).

Entrou para o Grupo Gulbenkian de Bailado, em 1968, sob a direcção de Walter Gore, tendo ascendido à categoria de solista na temporada de 70-71.

Dançou papéis principais em obras do reportório clássico, de Carlos Trincheiras (“Amor de Perdição”) e de Lar Lubovitch (“Messias”), entre outros.

Em 1971 deixou Portugal a fim de estagiar, como bolseira da Fundação Gulbenkian, na escola da conhecida professora norte-americana Rosella Hightower, em Cannes. Aí permaneceu cerca de um ano antes de integrar o elenco do Ballet de Estrasburgo (1972), então dirigido por Jean Babilée. Nessa companhia criou papéis em obras de Babilée e, antes de regressar definitivamente a Portugal em 1974 após a “revolução dos cravos”, actuou em vários países da Europa com o Grupo Jovens Solistas de França.

No Verão de 1974 interpretou a Princesa Florina no bailado “A Bela Adormecida”, no Teatro Nacional de S. Carlos, numa produção de Anna-Marie e David Holmes, directores dos Cursos de Verão da Costa do Sol. Na temporada de 74-75 retoma o seu lugar no Ballet Gulbenkian, tendo sido promovida a primeira bailarina em 1977.
Naquela companhia foi um dos seus elementos mais activos num período de grandes convulsões dentro da Fundação tendo contribuído, em muito, para o afastamento do então director, o esloveno Milko Sparemblek. 

Durante a sua carreira de bailarina foi distinguida com alguns dos mais importantes prémios de interpretação para o bailado nacional: Prémio da Imprensa, 1971 e 1981, Prémio Nova Gente, 1981 e Prémio Revista Mulheres, também em 1981.

Reformou-se do Ballet Gulbenkian em 1993, tendo começado a dar aulas na Escola Superior de Dança, dois anos depois. Nessa instituição permaneceria quase década e meia.

Com o seu companheiro Vasco Wellenkamp fundou, em Janeiro de 1997, a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, que ambos dirigiram.



in “Revista da Dança”




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