sábado, 24 de setembro de 2016

JOSÉ DE ALENCAR – “O patriarca da literatura brasileira”






José de Alencar(Messejana (actual bairro de Fortaleza), Brasil, 1829 – Rio de Janeiro, 1877).

Advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, é o patrono da cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis. (…)

As mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo velhos romances para a mãe e as tias, em contacto com as cenas da vida sertaneja e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe passava o pai revolucionário. 

Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem reflectir-se-iam mais tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro. (…)

A sua notoriedade literária começou com as Cartas sobre A Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856. (…) Optou, ele próprio, pela ficção, por ser um género moderno e livre.

Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crónicas, ensaios e polémicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. 

A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direcções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do Indianismo na literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. (…)

Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador. 

Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu de tuberculose, aos 48 anos de idade.



in “Academia Brasileira de Letras”


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Palavras de José de Alencar:

“Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado da mediocridade.” 

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