WILLIAM BUTLER YEATS
Poeta
Irlandês. (1865-1865)
Foi galardoado com o Nobel
de Literatura de 1923.
Velejando
para Bizâncio
Velhos não têm país.
Os jovens tão enlaçados e as aves em trinado
- levas que hão-de ir - açudes do salmão,
mares de cavalas em cardume, e alçado em peixe,
carne ou pássaro, no verão, tudo o que nasce e morre,
após gerado, desleixa em sensual música infrene
testemunhos do
espírito perene.
um casaco de trapos em bengala,
a menos que a alma bata as mãos e cante,
cante alto os mortais trapos a tapá-la,
sem escola de canto e perscrutante
dos monumentos dessa excelsa gala;
asim cruzei os mares e assim
a Bizâncio,
cidade santa, vim.
Sábios que estais no fogo divinal
como em mosaico de oiro na parede,
girai, do fogo santo, em espiral,
mestres do canto e da minha alma sede.
E consumi meu coração: em mal
de ansiar e preso a um bicho à morte, vede,
não sabe o que é; levai-me de verdade
ao artifício da
eternidade.
Ido eu da natureza, não se irá
meu corpo em forma natural formar,
mas qual de ourives grego ela será
de oiro batido e de oiro a esmaltar
que apático imperador despertará,
ou posta em ramo de oiro há-de cantar,
nobres e damas de Bizâncio a ouvir,
do que passou,
ou passa, ou há-de vir.
Fantástico!
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