Osvaldo Alcântara, pseudónimo de
Baltazar Lopes da Silva, nasceu na Ilha de São Nicolau, Cabo Verde, a 23 de
Abril de 1907 e viveu até 28 de Maio de 1989.
Poeta, escritor,
filólogo, advogado, escreveu em português e em crioulo, sendo considerado um
marco da literatura Cabo-Verdiana.
Em colaboração
com outros escritores, fundou a revista “Claridade”, cuja temática principal
era o estudo da realidade Cabo-Verdiana, sobretudo dos agregados sociais mais
desprotegidos.
Publicou: “Cântico
de Manhã Futura”; “O Dialecto Crioulo de Cabo Verde”; “Chiquinho”, “Antologia
da Ficção Cabo-Verdiana Contemporânea”,etc.
Foi Doutor Honoris Causa pela Universidade
de Lisboa.
FILHO
Nicolau, menino, entra.
Onde estiveste, Nicolau,
que trazes a arrastar
o teu brinquedo morto?
Onde estiveste, Nicolau,
que trazes a arrastar
o teu brinquedo morto?
Nicolau, menino, entra.
Vem dizer-me onde foi que tu estiveste
e a estrela fugiu das tuas mãos.
Vem dizer-me onde foi que tu estiveste
e a estrela fugiu das tuas mãos.
Tens comigo o teu catre de lona velha.
Deita-te, Nicolau, o fantasma ficou lá' longe.
Deita-te, Nicolau, o fantasma ficou lá' longe.
Dorme sem medo
Porão, roça, medos imediatos,
tudo ficou lá longe.
Porão, roça, medos imediatos,
tudo ficou lá longe.
Quando acordares a jornada será mais
longa.
Nicolau, menino,
onde foi que deixaste
o corpo que te conheci?
Deus há-de querer que o sono te venha depressa
no meu catre.
Nicolau, menino,
onde foi que deixaste
o corpo que te conheci?
Deus há-de querer que o sono te venha depressa
no meu catre.
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