sexta-feira, 16 de agosto de 2013

ALEXANDRE PINHEIRO TORRES

 
 
        Alexandre Pinheiro Torres nasceu em Amarante, no dia 27 de Dezembro de 1923 e viveu até 3 de Agosto de 1999.
        Foi poeta, crítico literário do movimento neo-realista, romancista, tradutor, professor e historiador.
        Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Coimbra.
        Colaborou em várias publicações, tais como: “Seara Nova”; “Jornal de Letras”; “Artes e Ideias”; “Gazeta Musical e de Todas as Artes”; “A Serpente”.
        Proibido de exercer a sua actividade docente em Portugal, por motivos políticos, decidiu abandonar o País.
        Convidado pela Universidade de Cardiff, no País de Gales, leccionou a cadeira, por si criada, de "Literatura Africana de Expressão Portuguesa”.
        Em 1976, fundou, na mesma Universidade, o "Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros".
        Em 1983, recebeu o “Prémio de Poesia”, pela Associação Portuguesa de Escritores.
        Foi membro da Academia Maranhense de Letras de São Luís do Maranhão, no Brasil.
 
                    Homenagem Póstuma
 
        Pode acontecer que já esteja bem morto
        quando alguém disser que eu pudera ser grande;
        e, então, será inútil o póstumo conforto:
        nunca gozarei não ser o pobre Alexandre!
 
        Pode acontecer que as hipócritas dores
        que venham trazer ao pé do mausoléu,
        perpassem por ele em tão fortes clamores
        que façam abrir-me o ferrolho do Céu.
 
        Pode acontecer que eu, então, tenha o cúmulo
        de todas as coisas sonhadas e vãs,
        e que, assim, na vida começada no túmulo,
        venha a conhecer o esplendor das Manhãs!
 
       
Alexandre Pinheiro Torres, in “Novo Génesis”.
                          

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