António
Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo, no dia 24 de
Janeiro de 1923, e viveu até 8 de Junho de 2010.
Teve
uma intensa actividade em diversas facetas culturais.
Foi
poeta, contista, tradutor, ensaísta, dramaturgo, empresário teatral, director
artístico, encenador, actor.
Publicou
mais de cinquenta livros de poesia, além de oitenta de outros géneros
literários. Escreveu, também, para crianças.
Participou
em diversos programas de televisão e rádio.
Recebeu
numerosos prémios pela qualidade da sua obra poética e literária.
A
sua poesia está traduzida em diversos idiomas, incluindo o russo e o chinês.
A imensa praia. O sol rubro, preciso.
E o mar de sempre, impetuoso e vário.
Meu corpo nu, aberto no solário,
Sorve o final do dia, lento e liso.
E o mar de sempre, impetuoso e vário.
Meu corpo nu, aberto no solário,
Sorve o final do dia, lento e liso.
Estio é estar assim, sem pensamento;
Sentir apenas, sobre a pele doirada,
A saliva do mar, fria e salgada,
E o arrepio cálido do vento.
Sentir apenas, sobre a pele doirada,
A saliva do mar, fria e salgada,
E o arrepio cálido do vento.
Nada mais. Quando muito, um vago olhar
Um vulto jovem, ágil, que se afasta,
Diluído na luz crepuscular.
Um vulto jovem, ágil, que se afasta,
Diluído na luz crepuscular.
E
só porque o seu ritmo contrasta
Com a serena vibração do ar
E a paz da minha carne gorda e gasta.
Com a serena vibração do ar
E a paz da minha carne gorda e gasta.
António
Manuel Couto Viana, in “Voo Doméstico”.
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