terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ELIZABETH BISHOP

 

         Elizabeth Bishop nasceu em Massachusetts, Estados Unidos, no dia 8 de Fevereiro de 1911. Viveu até 6 de Outubro de 1979.
         Formou-se na Faculdade de Arte de Nova York.
         Publicou o seu primeiro livro em 1946, intitulado “North and South”.
         Viveu durante vários anos em França e no Brasil.
         Foi consultora de Poesia na Biblioteca do Congresso Americano.
         É considerada uma das mais importantes poetisas do século XX a escrever em língua inglesa.

        Publicou 101 poemas.
        Ganhou inúmeros prémios, com destaque para o “Prémio Pulitzer”, em 1956; “Prémio Nacional de Poesia”, em 1970; “Prémio Neustadt de Literatura”, em 1976. Foi a primeira mulher a receber este prémio.

                                
                            Uma certa arte


“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.

 
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (escreve!) muito sério. “

Elizabeth Bishop, in "Poesia Alheia"
Tradução de Paulo Henriques Britto.

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