terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Coisas, Pequenas Coisas

 
 
 
 

 
     Coisas, Pequenas Coisas 

 

Fazer das coisas fracas um poema.
 
Uma árvore está quieta,
murcha, desprezada.
Mas se o poeta a levanta pelos cabelos
e lhe sopra os dedos,
ela volta a empertigar-se, renovada.
E tu, que não sabias o segredo,
perdes a vaidade.
Fora de ti há o mundo
e nele há tudo
que em ti não cabe.

Homem, até o barro tem poesia!
Olha as coisas com humildade.
 
Fernando Namora, in “Mar de Sargaços”.

 

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