segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Rafael Alberti


 
 
Rafael Alberti (1902-1999) nasceu em El Puerto de Santa Maria, Cádis, Espanha.    

 
Foi poeta e pintor. Integrou a “Geração de 27 da literatura espanhola.

 
Em 1925, recebeu o “Prémio Nacional de Literatura”, pelo livro de poemas intitulado, “Marinheiro em Terra”.

 
Após a sangrenta Guerra Civil em Espanha, Alberti mudou-se para Paris. Por motivos políticos, decidiu viajar para o Chile, acompanhado pelo seu amigo Pablo Neruda.

 
Regressou a Espanha em 1977. Recebeu, então, numerosas homenagens, que exaltavam a sua estatura de poeta empenhado na causa da liberdade. Foi, também, agraciado com diversos prémios literários, dos quais se destaca o “Prémio Miguel de Cervantes”.

 
 
Palavras de Rafael Alberti:
“Os poetas de vanguarda quando mais simples são, mais de vanguarda são. E um poeta bêbado nunca pode ser um poeta simples, portanto nunca pode ser um poeta de vanguarda.”
 
 
 
 
Equivocou-se a pomba
 
Equivocou-se a pomba.
Equivocava-se.
Por ir ao norte, foi ao sul.
Acreditou que o trigo era água.
Equivocava-se.

Acreditou que o mar era o céu:
que a noite, a manhã.
Equivocava-se.

Que as estrelas, orvalho;
que o calor; a nevasca.
Equivocava-se.

Que tua saia era tua blusa;
que teu coração, sua casa.
Equivocava-se.

(Ela dormiu na beira
tu, no topo de um ramo).


Rafael Alberti
 
 

 



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