quarta-feira, 26 de março de 2014

António Feijó



António Feijó  (1859-1917) nasceu em Ponte de Lima, Portugal.

Foi poeta e diplomata.

Em 1882, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra.

Partiu para o Brasil, em 1886, onde exerceu cargos diplomáticos. Uns anos mais tarde viajou até Estocolmo e Copenhaga.

Algumas das suas obras: “Líricas e Bucólicas”; “À Janela do Ocidente”; “Cancioneiro Chinês”; “Transfigurações”; “Sol de Inverno”; “Ilha dos Amores”.  

António Feijó foi admitido na Academia Brasileira de Letras, onde, em 28 de Junho de 1917, o poeta brasileiro Alberto de Oliveira pronunciou uma conferência intitulada “António Feijó, o que morreu de amor”.


Palavras de António Feijó:        

“O coração nunca envelhece. Basta um serviço, um nada, um abraço e tudo nele se ilumina e aquece.”

O Amor e o Tempo

Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!



António Feijó, in “Sol de Inverno”

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