sábado, 22 de março de 2014

Ruy Cinatti

 

Ruy Cinatti (1915-1986) nasceu em Londres. Aos dois anos de idade veio para Portugal.

 Foi poeta, antropólogo e agrónomo.

 Estudou antropologia social na Universidade de Oxford.

 Licenciado em Agronomia, trabalhou, durante cinco anos, como chefe dos Serviços de Agricultura do Governo de Timor.

 Foi co-fundador das revistas “Cadernos de Poesia” e “Aventura”.

 Algumas das suas obras publicadas: “Nós não Somos Deste Mundo”; “Poemas Escolhidos”; “O Tédio Recompensado”; “Timor-Amar”; “56 Poemas”; “Um Cancioneiro para Timor”.

 Recebeu vários prémios, entre os quais: “Prémio Antero de Quental”; “Prémio Nacional de Poesia”; “Prémio Camilo Pessanha”.

 Em 1992, foi agraciado com a “Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique”.

 

 Palavras de Ruy Cinatti:  

“Quem não me deu Amor, não me deu nada”

 
Quando o amor morrer dentro de ti

Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.
 
Ruy Cinatty, in “Obra Poética”.





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