quarta-feira, 9 de abril de 2014

Casimiro de Brito

 
 
 

Casimiro de Brito nasceu em Loulé, Algarve, Portugal, no dia 14 de Fevereiro de 1938.

 É poeta, ensaísta, romancista, contista e tradutor. 

 Publicou o primeiro livro de poemas, em 1958, intitulado “Poemas da Solidão Imperfeita”.

Pertenceu ao movimento “Poesia 61”.

 Foi director de várias revistas literárias.

A sua obra é constituída por mais de 40 livros, e está traduzida em 24 línguas, tendo muitos dos seus poemas incluídos em antologias estrangeiras.

Casimiro de Brito ganhou vários prémios literários nacionais e internacionais de grande prestígio.

Foi agraciado com a “Ordem do Infante D. Henrique”.
 
A Academia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, Brasil, distingui-o com a  medalha “Oskar Nobiling”, pelos serviços prestados no campo da literatura.

 

 

 
Palavras de Casimiro de Brito:

"Onde não posso deixar de ser metódico é na dúvida."




        O Poema

Poemas, sim, mas de fogo
devorador. Redondos como punhos
diante do perigo. Barcos decididos
na tempestade. Cruéis. Mas de uma
crueldade pura: a do nascimento,
a do sono, a da morte.

Poemas, sim, mas rebeldes.
Inteiros como se de água, e,
como ela, abertos à geometria
de todos os corpos. Inteiros
apesar do barro e da ternura
do seu perfil de astros.

Poemas, sim, mas de sangue.
Que esses poemas brotem
do oculto. Que libertem o seu pus
na praça pública. Altos, vibrantes
como um sismo, um exorcismo
ou a morte de um filho.


Casimiro de Brito, in “Jardins de Guerra”

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