terça-feira, 22 de abril de 2014

Gomes Leal

 

Gomes Leal  (1848-1921) nasceu em Lisboa.
Poeta, jornalista, editor e crítico literário, é considerado um precursor do Modernismo Português.
Em 1875, publicou o seu primeiro livro de poemas, intitulado  “Claridades dos Sul”.
A sua poesia é uma agregação de estilos, sendo influenciada pelas  principais linhas de força da poesia europeia de seu tempo.
Foi um dos fundadores dos jornais “O Século” e “ O Espectro de Juvenal”.
Algumas das suas obras: “Claridades do Sul”; “O Tributo do Sangue”; “A Fome de Camões”; “O Anti-Cristo”.

       

 
Palavras de Gomes Leal:
 
Há uma faculdade prestigiosa na nossa alma, que nos torna rivais dos deuses; chama-se “vontade” !
 
 
 
              Carta ao Mar

 
 
Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!
Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vai ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e humido jazigo!
Nada é mais triste, tragico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te poude consollar?!
Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! -
E, contudo, ouve-o aqui, em confidencia;
- A Música é mais triste inda que o Mar!
 
 
Gomes Leal, in “Claridades do Sul”
 
 

 
 


Sem comentários:

Enviar um comentário