terça-feira, 2 de setembro de 2014

Rubén Darío

 
 
 
 
 

Rubén Darío (1867-1916) nasceu em Metapa, actualmente Ciudad Darío, Nicarágua.

Considerado um dos maiores poetas pan-americanos, precursor do Modernismo literário em língua espanhola, influenciou de forma decisiva o desenvolvimento da poesia de língua castelhana do século XX.

A sua poesia é estudada, na escola, por todas as crianças hispano-americanas.

Azul… (publicado em 1888), foi o primeiro livro do Modernismo hispano-americano, escrito em prosa e em verso.

Foi, também, um excelente contista, tendo sido publicado, postumamente, o livro Contos Fantásticos.

 
Palavras de Rubén Darío:
 
“A poesia existirá enquanto exista o problema da vida e da morte. O dom de arte é um dom superior que permite entrar no desconhecido de antes e no ignorado de depois, no ambiente do sonho ou da meditação. Há uma música ideal como há uma música verbal. Não há escolas; há poetas. O verdadeiro artista compreende todas as maneiras e encontra a beleza sob todas as formas. Toda a glória e toda a eternidade estão em nossa consciência.”.

 


                    Alma Minha

Alma minha, perdura em tua ideia divina;
tudo está sob o signo de um destino supremo;
segue em teu rumo, segue até o ocaso extremo
pelo caminho que até à Esfinge te encaminha.

Corta a flor ao passo, deixa o duro espinho;
no rio de ouro leva o compasso o remo;
sapuda o rude arado do rude Triptolemo,
e segue como um deus que seus sonhos destina…

E segue como um deus que a sorte estimula,
e enquanto a retórica do pássaro te adula
e os astros do céu te acompanham, e os

ramos da Esperança surgem primaveris,
atravessa impretérita pela bosque de males
sem temer as serpentes, e segue, como um deus…

 

Rubén Darío

Tradução: Floriano Martins

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