terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pearl S. Buck

 
 
 
 
 

Pearl S. Buck (Hillsboro, Virgínia Ocidental, EUA, 1892 – Dandy, Vermont, EUA, 1973).

Viveu durante 40 anos na China, onde estudou a civilização chinesa, cuja mentalidade e costumes viria a descrever, admiravelmente, nos seus romances.

Estabeleceu uma sólida ligação entre o Oriente e o Ocidente, possibilitando a aproximação de dois povos que tanto amava.

Pearl S. Buck criou, entre outros, o programa “Welcome House Adoption”, cujo objectivo era encontrar famílias adoptivas para crianças abandonadas.

A sua antiga residência na cidade de Zhenjiang, próximo de Xangai, foi transformada em Museu.

Em 1972, escreveu o seu último romance: A China Ontem e Hoje.

Ganhou, em 1938, o “Prémio Nobel de Literatura”.

 

Palavras de Pearl S. Buck:

“De todos os perigos, o maior é subestimarmos o nosso inimigo.”              

 

Excertos do livro: “A Mãe”:

(…) “Desde que casara, tinha dado à luz em quase todas as Primaveras. Mas nesta tal não se passara. Parecia-lhe natural estar grávida, um acontecimento que  pensava repetir-se uma vez após outra. Agora notava que isso era uma alegria que não tinha sabido avaliar até ao momento; e a solidão esmagou-a dolorosamente. Os seios doeram-lhe ao pensar que, a menos que o marido regressasse, nunca mais teria filhos na Primavera. Subitamente, o desejo percorreu-lhe o corpo como um grito: Por favor, regressa! Vem para casa! Sim, parecia-lhe ouvir a sua voz gritar estas palavras e estacou, receosa de as ter pronunciado em voz alta diante da rapariguita. Mas não, não tinha gritado, era apenas o barulho do vento e o cantar vivo de um melro numa romãzeira.” (…)

(…) “De início, as lágrimas vieram devagar e amargas, depois correram mais depressa, e então apoiou a cabeça no túmulo e chorou, como choram as mulheres quando os seus corações estão tão cheios do desgosto das suas vidas, e a amargura brota e transborda de tal modo, que em nada mais pensam, senão em aliviar a dor que lhes esmaga a existência. O carpir daquele pranto, levado pela brisa da Primavera, chegou à aldeia e, ao ouvi-lo, as mães e as esposas entreolhavam-se e diziam baixinho: Deixem-na chorar, pobre alma, e aliviar o seu pesar. Durante estes meses de viuvez ela não o tem feito. Digam aos filhos que a deixem aliviar-se. E deixaram-na chorar.”(…)

 

Pearl S. Buck

 

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