domingo, 2 de agosto de 2015

EDGAR MORIN - Quando é que uma pessoa se torna intelectual?

 
 
 
 
 

Edgar Morin (Paris, França, 1921).
É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e o fundador da Ciência da Complexidade.
O Método, a sua obra principal, é composta por seis volumes. Foi escrita durante trinta anos.

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                             Palavras de Edgar Morin:
“O pensamento político está reduzido à economia, como se tudo pudesse ser calculado.”

 
Quando é que uma pessoa se torna intelectual?

 
Quando é que uma pessoa se torna intelectual? Quer seja escritor, universitário, cientista, artista ou advogado, só se passa a ser intelectual, no meu sentido, quando se trata, por meio de ensaio, de texto de revista, de artigo de jornal, de forma especializada e para além do campo profissional estrito, dos problemas humanos, morais, filosóficos e políticos. É então que o escritor, o filósofo, o cientista se autoinstituem intelectuais.
 
O termo intelectual tem um significado missionário, divulgador, eventualmente militante. Assim, a qualidade de intelectual não é determinada pela pertença profissional à intelligentsia, antes vem do uso ou da superação da profissão, nas e pelas ideias.
 
Assim Sartre é um intelectual quando escreve “L'Existencialisme est un Humanisme” e anima a revista “Les Temps Modernes”.
Camus é um intelectual quando escreve “L'Homme Revolté” e faz editoriais em “Combat”.
 
Na frente dos intelectuais há a raça bastarda dos escritores/escreventes (como mais ou menos dizia Barthes, o escritor escreve para a escrita, o escrevente escreve para as ideias).
E o seu meio de expressão mais adequado é o ensaio, género híbrido entre a filosofia, a literatura, o jornalismo e a sociologia.
 
 
Edgar Morin, in “Os meus Demónios”.
Imagem: pintura de Frederic Leighton (Reino Unido, 1830 – 1896).                                

 

 

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