sexta-feira, 7 de outubro de 2016

CÂNDIDO COSTA PINTO – Pintor e Publicista





Cândido Costa Pinto (Figueira da Foz, Portugal, 1911- São Paulo, Brasil, 1977).

Iniciou a sua carreira artística com apenas 12 anos, ao publicar na imprensa a sua primeira caricatura. Funda, em 1931, o Grupo dos Divergentes, de jovens artistas plásticos.

A tuberculose, que sofre entre 1929 e 1939, despertou nele um lado místico, interessando-se pelo yoga e pelos princípios divulgados por Krishnamurti, que determina a sua atitude na vida.

Em 1939 começa a trabalhar como gráfico, realizando um destacado conjunto de cartazes e as célebres capas da colecção policial «Vampiro», e no ano seguinte integra a Companhia Portuguesa de Higiene como decorador publicitário e orientador dos serviços de tipografia.

Em 1941 começa a sua produção surrealista, impregnada sempre de uma visão folclórica da vida e cultura portuguesas e dos seus símbolos.

Em 1947 realiza uma viagem a Paris, onde conhece Breton e o seu círculo, assinando o manifesto Rupture inaugurale e projectando participar na exposição Le Surréalisme em 1947, muito embora o seu nome apareça no catálogo, Breton acabou por não expor o seu quadro. Este acontecimento e discrepâncias de atitude e de entendimento do Surrealismo acabariam por originar uma grande desilusão perante o grupo francês.

No entanto, volta a Lisboa encarregue por Breton de formar um grupo surrealista em Portugal, mas é expulso do mesmo por colaborar com o governo no Salão de Lisboa, atitude que por razões políticas não podia ser aceite pelos seus colegas.

O Surrealismo de Costa Pinto é fortemente influenciado pelo academismo figurativo de Dali, em cenas narrativas de marcada dimensão alegórica ou de acumulação fragmentária de citações devedoras também do Bosch. Este trabalho conviverá, a partir de 1945, com uma vertente abstracta.

Para além de pintor, caricaturista, ilustrador de imprensa e publicista, foi também produtor e realizador de cinema documental.

Em 1962, já com 52 anos, desiludido pelo ambiente artístico português e pela recepção que o seu trabalho tinha, emigra para o Brasil, onde morre.





Fonte: Museu Nacional de Arte Contemporânea - Maria Jesus Ávila.
Imagem: pintura de Cândido Costa Pinto


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