quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

JORGE DE AMORIM - Sempre





Jorge de Amorim (Gandra, Paredes, Portugal, 1928).

Fez a primária e a secundária em Portugal e o curso de Filosofia e Teologia em Espanha. Em 1964 realizou estudos em idiomas modernos em Inglaterra e na Irlanda. 

Desde 1966 reside na Venezuela.

É autor de 16 obras poéticas, cinco das quais são ainda inéditas. Está amplamente representado em quase todas as antologias da moderna poesia portuguesa.

Algumas das suas obras:Oráculos, Raiz da Noite, Barisfera.


in “Wook”


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Palavras de Jorge de Amorim:
"Prosa? Amo-a, muito. Mas o meu compromisso é, desde sempre, só com o mais difícil".



             Sempre


Não! Não me deixes fazer nada,
Não me deixes já ir-me,
Lua
Branca!
Nada mais fazer do que este encanto;
esta quieta viagem clara e alta!
Não, não me deixes
fazer nada;
não me deixes já indo,
Lua
pálida!
O pé enamorado, não mo deixes...
Doba todas as sendas e as estradas!
E estas mãos, minhas mãos transidas,
Ata-mas!
Craveja-mas de estrelas,
Lua
errática!...

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