sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

LÊDO IVO - Perdas e Danos





LÊDO IVO
(Maceió, Brasil, 1924 - Sevilha, Espanha, 2012)

Poeta, romancista, contista, cronista, jornalista e ensaísta 

Em 1940, transfere-se para o Recife e, influenciado pelo ambiente intelectual da cidade, publica poemas e artigos na imprensa local. 

Três anos mais tarde, muda-se para o Rio de Janeiro. Passa a trabalhar na imprensa carioca como jornalista profissional, colaborando com textos literários e reportagens. 

Em 1944, publica seus primeiros poemas no livro As Imaginações

É eleito em 1986 para ocupar a cadeira número 10 da Academia Brasileira de Letras. 

Em 2004 é lançada a primeira edição de suas obras completas, com seis décadas de poesia e prosa. 
Para os críticos e historiadores literários, Ivo filia-se à terceira geração do modernismo, com evidente preocupação com a linguagem e o retorno a sensos estéticos anteriores à fase experimental do movimento. 

Em 2006, doa seu arquivo pessoal, reunindo correspondências, manuscritos, recortes de jornais e fotografias, ao Instituto Moreira Salles - IMS, de São Paulo.


in, Enciclopédia Itaú Cultural (excertos)


***

Palavras
de
Lêdo Ivo

 “O grande escritor não precisa ser nem muito inteligente nem muito culto. A inteligência e a cultura são contudo indispensáveis nos escritores menores.”


PERDAS E DANOS

Quem dorme perde a noite.
Foge da eternidade,
candelabro cativo
na escuridão do céu.

Quem dorme perde o amor,
a vigília madura
da carne que se sonha
a si mesma acordada.

Quem dorme perde a morte
que respira escondida
como a lebre no bosque.
Quem dorme perde tudo
que o acaso deposita
na mesa do universo!






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