segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS - Lisboa




TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS

As obras de construção do Teatro Nacional de São Carlos tiveram início a 8 de Dezembro de 1792. A sua inauguração ocorreu a 30 de Junho de 1793, com a ópera em dois actos La ballerina amante, de Domenico Cimarosa, seguida do bailado A felicidade lusitana, de Caetano Gioia. 

Aquando da sua inauguração, o S.Carlos era um espaço único na capital, não apenas pela sua dimensão, magnificência e boas condições de funcionamento, mas também por ser um espaço concebido especificamente para a representação de teatro lírico. 

O espaço original — edificado à semelhança do Teatro di San Carlo de Nápoles, consumido pelo fogo em 1816 — foi projectado pelo arquitecto José da Costa e Silva. As obras de edificação foram concluídas em apenas seis meses, dando origem a uma sala de espectáculos com atributos técnicos perfeitos, de forma elíptica e com cinco planos de espectadores — um primeiro piso composto por plateia e frisas, camarotes de 1ª, 2ª e 3ª ordem, e um último piso com varandas e torninhas. Uma sumptuosa tribuna real, da autoria de Giovanni Maria Appiani, concluída em 1821, erguia-se ao centro da sala, no lado oposto ao palco, ocupando parte dos três pisos que compreendem a área dos camarotes. 

A iluminação original era feita por meio de velas de sebo, colocadas em lustres e candelabros distribuídos por todo o edifício. A sua utilização era desagradável devido ao cheiro e fumo que produziam. Estas velas foram posteriormente substituídas por umas inodoras e permaneceram, juntamente com um grande lustre central de candeeiros de azeite instalado em 1819, a única fonte de iluminação do teatro até 1850, ano em que foi instalada a iluminação a gás. A luz eléctrica chegou ao S. Carlos em 1885. 

Para além do espectáculo operático, o S. Carlos albergou também oratórias e concertos – de entre muitos, destaca-se a presença de Franz Liszt, em 1845 – bem como bailados e teatro declamado. 

No teatro declamado destaca-se a passagem de Sarah Bernhardt e a sua companhia, em Novembro de 1895. Relativamente aos bailados, registe-se a passagem da companhia Bolshoi, da Royal Ballet e da Ópera de Paris. Mais recentemente passaram pelo S. Carlos notáveis intérpretes do espectáculo operático entre os quais se destacam Maria Callas, Renata Tebaldi, Plácido Domingo, Alfredo Kraus e Monserrat Caballé.



Fonte: Instituto Camões (excertos e adaptação)

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