AMÁLIA RODRIGUES
(Lisboa, Portugal, Julho de 1920 – Outubro
de 1999)
AMÁLIA
NO MUNDO
O livro “Amália no Mundo –
Sinais de uma vida nos sulcos do vinil”, dá a conhecer a grande maioria das
capas dos discos de vinil de Amália, listando os vinis da fadista desde as
primeiras gravações, em 1945, até 1990, quando publicou “Obsessão”. São
diversas edições internacionais, com o pormenor de anotar a data, o alinhamento
e os músicos que a acompanham.
São mais de 500 imagens que
dão a conhecer a história da discografia de Amália Rodrigues e da sua carreira
musical por todo o mundo. Centenas de edições, compilações e reedições editadas
em Portugal, França, Itália, Chile, Argentina, Espanha, Inglaterra, África do
Sul, Japão e muitos outros países, em diferentes formatos: Discos de 78
rotações, os discos de longa duração (LP’s), os EP’s e os singles.
Em casa ouvia-se Amália desde muito pequenino, pois o meu pai descobriu-a nos anos 60, passando muito tempo à procura dos seus discos. Só no Rio de Janeiro, nos anos 80, é que adquiriu o seu primeiro LP. No início dos anos 90, os meus pais foram de férias a Lisboa e enquanto caminhavam pela rua de São Bento deram com a diva à porta da sua casa no Nº 193. Ela, espantada pela altura do meu pai, viu logo que aquele casal só queria cumprimentá-la. Depois duma pequena conversa Amália convidou os meus pais a acompanhá-la a sua casa… e assim nasceu uma linda amizade que durou até 1999.
Por vezes penso que não é
possível que qualquer pessoa que tenha passado ao pé dela, ou partilhado uma
conversa qualquer, tenha ficado indiferente. Pois era tão grande o seu génio e
o seu magnetismo que sem dúvida alguma coisa mudava, pelo menos, a maneira de
perceber a música. No meu caso, Amália abriu muitas portas novas na minha
cabeça, ela e a sua memória, transformou-se com o tempo numa espécie de musa
inspiradora, um ponto de partida para explorar a poesia e o fado e uma
necessidade quase natural de honrar a sua memória.
Recordo-me de uma visita de
dois dias a sua casa em Lisboa, em que fiquei deslumbrado com a facilidade com
que comunicava com as pessoas, fosse com o meu pai, que é médico-cirurgião,
como comigo, um miúdo. Abordava com enorme à-vontade os mais diversos temas, da
filosofia à arte, da literatura à medicina.
As histórias ao redor
desta “grande pesquisa” são muitas! Os discos iam aparecendo quase de maneira
mágica à venda na Internet, em diversas feiras em Espanha e
Portugal… Por exemplo, em certa altura a cantiga “Vieste Depois” dum disco da
Columbia de 78 rpm atingiu um preço de quase dois mil euros num leilão da
internet!
Por acaso contei isto a um companheiro de trabalho e ele lembrou-se
que num velho armário que estava ao pé de mim na antiga casa onde ficava o meu
escritório, havia discos antigos. Fui lá ver e que grande foi a surpresa!
Apareceram dois dos mais raros discos que tenho encontrado! Estiveram durante
anos ao pé de mim sem eu saber…
Ramiro Guiñazú – coleccionador de discos e autor do livro “Amália no Mundo”.
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