sexta-feira, 20 de outubro de 2017

VASCO DE LIMA COUTO - Pomba branca, pomba branca

 
 
 
VASCO DE LIMA COUTO
(Porto, Portugal, 1923 – Lisboa, 1980)

 Poeta, actor, declamador e encenador

Gravou poesia em disco e publicou os volumes de poemas Romance, Recado Invisível, Olhar do Silêncio e O Silêncio das Palavras.

 ***
 
POMBA BRANCA, POMBA BRANCA

 
Pomba branca, pomba branca
Já perdi o teu voar
Naquela terra distante
Toda coberta p'lo mar

Fui criança, andei descalço
Porque a terra me aquecia
Eram longos os meus sonhos
Quando a noite adormecia

Vinham barcos dos países
Eu sorria, de os sonhar
Traziam roupas, felizes
As crianças dos países
Nesses barcos a chegar
 
Depois mais tarde ao perder-me
Por ruas de outras cidades
Cantei meu amor ao vento
Porque sentia saudades

Saudades do meu lugar
Do primeiro amor da vida
Desse instante a aproximar
Dos campos, do meu lugar
À chegada e à partida


1 comentário:

  1. Não consigo escrever nada. As saudades são tantas, aprendi tanto com este Homem, que não sei dizer mais nada! Foi um dos Grandes portugueses...

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