quinta-feira, 2 de novembro de 2017

MEMÓRIAS





MEMÓRIAS

É o memorialismo um género de literatura que, na generalidade, abrange a biografia, o ensaio, a crítica literária, o diário íntimo, etc., mas particularmente circunscrito aos livros de Memórias. 

Relativamente à literatura estrangeira, ficaram particularmente célebres as Memórias d´Outubre-Tombe (1809-1848), de Chateaubriand, bem como as de outros autores franceses, nomeadamente Saint-Simon, La Rochefoucaud e Mauriac, este, autor de Mémoires Intérieures, em dois volumes, feitas de comentários a homens e a escritores no dia-a-dia do romancista. 

Quanto à literatura portuguesa e às obras que se inserem no género memoralista, são exemplos acabados desse tipo de manifestação literária, as Memórias do Cárcere, de Camilo Castelo Branco; Livro de Memórias, de Teixeira de Pacoaes; Diário de João Chagas; Tempos de Coimbra, Memórias de Estudante, de Alexandre Cabral; Memórias, de Raul Brandão e outros.

As Memórias constituem preciosas fontes históricas, embora o autor, na maior parte dos casos, encontrando-se nelas envolvido por questões de opinião ou de ideologia, as possa deformar. Têm maior mérito aquelas em que a verdade e o génio do autor sejam bem evidentes.

Alguns dos livros apontados como os melhores da nossa literatura memoralista giram à volta das crónicas dos nossos reis, narrativas de viagens e itinerários.



in “Dicionário da Literatura Portuguesa”
Imagem: pintura de António Carmo


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