sexta-feira, 17 de agosto de 2018

ANTÓNIO SARDINHA - Letreiro


ANTÓNIO SARDINHA
(Monforte, Portugal, 1887 - Elvas, 1925)
Historiador, poeta

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Convertido ao catolicismo e aos ideais monárquicos, fundou em 1914, com Alberto Monsaraz e Hipólito Raposo, a revista de filosofia política Nação Portuguesa, que em 1916 daria origem ao Integralismo Lusitano, de que foi o chefe prestigioso. O fracasso da tentativa de restauração monárquica, no Porto, levou-o ao exílio em Espanha (1919-1921). 

No regresso dedicou-se à sua obra de historiador e doutrinador, em grande parte publicada postumamente. Apesar da morte prematura, a sua obra dá-lhe jus a ser considerado o mais fecundo renovador do pensamento português nas segunda e terceira décadas do século XX.


in “Livro dos Grandes Portugueses”


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Letreiro

Tudo o que sou o sou por obra e graça 
da comoção rural que está comigo. 
Foi a virtude lírica da Raça 
a herança que eu herdei do sangue antigo.

Foi esta voz que em minhas veias passa 
e atrás da qual, maravilhado eu sigo. 
Como um licor de encanto numa taça,  
assim se quer esse condão comigo.

Olhai-me: – Eu vim de honrados lavradores. 
De avós e netos, sempre os meus Maiores 
fitaram o horizonte que hoje eu fito.


«O que estaria além da curva estreita?»  
– E da pergunta, a cada instante feita. 
nasceu em mim a ânsia pró Infinito.



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