segunda-feira, 15 de outubro de 2018

LUCIAN BLAGA – O Cão de Pompeia



LUCIAN BLAGA
(Roménia, 1895 – 1961)
Poeta, filósofo, dramaturgo

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Formou-se em Filosofia em Viena. Lá descobriu o expressionismo, a corrente artística que condicionou o seu trabalho poético.
De volta à Roménia, publicou um vasto trabalho: sete volumes de versos, numerosos ensaios filosóficos, obras teatrais e uma laboriosa tradução do Fausto de Goethe.
Lucian Blaga é uma personalidade de referência da cultura romena do século XX. 

in “Biografias y Vidas” (excerto/adaptação)
                                   
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O CÃO DE POMPEIA

Eu vi em Pompeia aquele cão romano.
Assim o quiseram as Deusas da sorte:
Um molde guardado na massa da morte,
Que o não apodreça nem chuva, nem ano.

 Escapara à nuvem da porta, correndo
 À noite caída do monte co'o fogo.
 Porém, sobre si dando volta, foi logo
 Extinguir-se a rosnar e em cinza mordendo.

 Mas - chumbo e cinza e nuvem - Senhor,
 Vos vejo, até mim pela porta irrompendo,
 Do monte dos céus, com ar devastador.

 Só escapo até à saída. E após,
 A cinza do mundo, em Vós vou mordendo,
 E guardo este molde p'ra sempre em Vós




Tradução; Doina Zugravescu
in ”Rosa do Mundo”







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