sexta-feira, 23 de novembro de 2018

HÁFIZ - A Rosa e o Rouxinol



HÁFIZ
(Irão, 1325 – 1389)
Poeta

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Foi poeta lírico e místico.
Grande parte da sua vida decorreu na época da dinastia de Mudáfar, destronada por Tamerlão. O seu famoso Diwan, que o elevou à categoria de um dos maiores poetas persas de todos os tempos, parece ter sido publicado em 1368 (a melhor edição é a de 1941: nela figuram 516 poemas).


in”Enciclopédia da Cultura”(excerto)

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A ROSA E O ROUXINOL

Fui de manhã cedo ao jardim colher a rosa; de súbito, a voz do rouxinol chegou aos meus ouvidos. O pobre sofre como eu por amor de uma rosa; e espalha pela planície o rumor das suas queixas.

Percorri o jardim, a pastagem, pensando nesse rouxinol e nessa rosa: a rosa é a amiga do espinho, e o rouxinol ama-a; um não recebe qualquer favor; o outro nada muda.

Ora o canto do rouxinol fazia sofrer tanto o meu coração que já não me restavam forças para continuar a ouvi-lo. Muita rosa desabrochou nesse jardim; ninguém pôde colher uma só sem se ferir com os espinhos.

Háfiz! não esperes nenhum prazer do movimento celeste, porque há nele mil defeitos, mas nem uma bondade.




Tradução: Maria Jorge Vilar de Figueiredo





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