GÉRARD DE NERVAL
(Paris, França, 1808 - 1855)
Escritor,
poeta, tradutor
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Na
sua poesia e prosa experimental, Nerval explora os espaços limítrofes entre a imaginação
e a realidade, a criatividade e a loucura. O seu trabalho pode ser visto como uma ligação entre os
movimentos do romantismo francês e o simbolismo.
in “Poetry Foundation”
***
VERSOS DOURADOS
Homem!
livre pensador! serás o único que pensa
Neste mundo onde a vida cintila em cada ente?
De tuas forças tua liberdade dispõe naturalmente,
Mas teus conselhos todos o universo dispensa.
Neste mundo onde a vida cintila em cada ente?
De tuas forças tua liberdade dispõe naturalmente,
Mas teus conselhos todos o universo dispensa.
Honra na
fera o espírito que fermenta…
Cada flor é uma alma em Natura nascente;
Um mistério de amor no metal reside dormente;
“Tudo é sensível!” E poderoso em teu ser se apresenta.
Cada flor é uma alma em Natura nascente;
Um mistério de amor no metal reside dormente;
“Tudo é sensível!” E poderoso em teu ser se apresenta.
Receia, no
muro cego, um olhar curioso:
À própria matéria encontra-se um verbo unido…
Não te sirvas dela para qualquer fim impiedoso!
À própria matéria encontra-se um verbo unido…
Não te sirvas dela para qualquer fim impiedoso!
Quase
sempre no ser obscuro mora um Deus escondido.
E, como um olho novo coberto por suas pálpebras,
Um espírito puro medra sob a crosta das pedras!
E, como um olho novo coberto por suas pálpebras,
Um espírito puro medra sob a crosta das pedras!
Tradução: Luís Augusto Contador Borges
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