SOPA DE PATO
Um conterrâneo de Nasrudin veio do interior visitá-lo e trouxe-lhe um pato. Muito grato pelo presente, Nasrudin cozinhou a ave e compartilhou-a com sua visita. Não tardou para que chegasse outra visita. Era um amigo, conforme disse, “do homem que lhe dera o pato”. Nasrudin igualmente recebeu-o e deu-lhe de comer. Isso aconteceu várias vezes.
A casa de Nasrudin tornou-se
uma espécie de restaurante para visitantes de fora da cidade. Todo mundo era, em
algum grau, amigo daquele primeiro sujeito que havia presenteado o pato. Finalmente,
Nasrudin esquentou-se. Um dia, um estranho bate-lhe à porta:
- Sou amigo do amigo do amigo
do homem que lhe deu o pato – disse.
- Entre – disse Nasrudin.
Sentaram-se à mesa e Nasrudin
pediu à sua mulher que trouxesse a sopa. Assim que o visitante deu o primeiro gole,
pareceu-lhe estar tomando nada além de água quente.
- Que tipo de sopa é esta?
– perguntou ao mulá.
- Esta – respondeu Nasrudin
– é a sopa da sopa da sopa do pato.
in “Parábolas e Contos de
Nasrudin” – organizado por Alexander Rangel.
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