ANTÓNIO NOBRE
(Porto, Portugal, 1867 - Foz do
Douro, 1900)
Poeta
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Foi o precursor do saudosismo e do lusitanismo na poesia contemporânea. O livro Só, por ele próprio considerado o livro «mais triste que há em Portugal», foi publicado em 1892, e reúne todas as suas poesias compreendidas no período entre 1888 e 1892.
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Foi o precursor do saudosismo e do lusitanismo na poesia contemporânea. O livro Só, por ele próprio considerado o livro «mais triste que há em Portugal», foi publicado em 1892, e reúne todas as suas poesias compreendidas no período entre 1888 e 1892.
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AI DE MIM!
Venho, torna-me velho esta lembrança!
D'um enterro d'anjinho, nobre e puro:
Infância, era este o nome da criança
Que, hoje, dorme entre os bichos, lá no escuro...
Trez anjos, a Chymera, o Amor, a Esperança
Acompanharam-n'o ao jazigo obscuro,
E recebeu, segundo a velha usança,
A chave do caixão o meu Futuro.
Hoje, ambulante e abandonada Ermida,
Leva-me o fado, á bruta, aos empurrões,
Vá para a frente! Marcha! Á Vida! Á Vida!
Que hei-de fazer, Senhor! o qu'é que espera
Um bacharel formado em ilusões
Pela Universidade da Chymera?
D'um enterro d'anjinho, nobre e puro:
Infância, era este o nome da criança
Que, hoje, dorme entre os bichos, lá no escuro...
Trez anjos, a Chymera, o Amor, a Esperança
Acompanharam-n'o ao jazigo obscuro,
E recebeu, segundo a velha usança,
A chave do caixão o meu Futuro.
Hoje, ambulante e abandonada Ermida,
Leva-me o fado, á bruta, aos empurrões,
Vá para a frente! Marcha! Á Vida! Á Vida!
Que hei-de fazer, Senhor! o qu'é que espera
Um bacharel formado em ilusões
Pela Universidade da Chymera?
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