segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

PLATÃO – O Banquete



PLATÃO
(Atenas, Grécia, 428/427 – 348/347 a.C.)
Filósofo, matemático

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O BANQUETE

O banquete, fundamental dentro da filosofia platónica, é um diálogo concebido como elogio do amor. Poucos textos da Antiguidade revelam, de forma tão clara, um tributo a Eros, assim como poucos incidiram, tão marcadamente, numa forma de concepção amorosa que atingiu o seu auge no Renascimento. Isto quer dizer que a influência de O Banquete é longa e bastante profunda, sendo que a sua visão, de extraordinária amplitude, permitiu analisar o amor como uma forma de transcendência do ser humano.

Para lá das paixões, o amor pode formar-se num caminho da verdade, num estado de virtude: o amor não é posse, mas sim generosidade; o desejo é um simples instinto, porque «enquanto se deseja, não se possui», de modo que aquele que ama deve permanecer intacto na sua essência. Em Platão, o amor é sobretudo um símbolo de mediação entre os seres, por isso, é frequentemente referido como o «intermediári», como um portador da bondade que não compete somente aos seres humanos, mas também à relação estabelecida entre estes e os deuses.

A tradição faz de Eros o filho de Poros (a Riqueza) e de Pénia «a Pobreza», aprofundando e sublinhando Platão, no contexto deste mito, o carácter dual do amor, a sua dupla e diferente herança, que o obriga a procurar continuamente o equilíbrio, o que pressupõe dinamismo. O amor é, por sua vez, acção e contemplação, audácia e prudência, virilidade e feminilidade. 





in “ Grandes Pensadores”


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