terça-feira, 14 de abril de 2020

A SOMBRA DE DANTE PERFILA-SE…




A SOMBRA DE DANTE PERFILA-SE…


Em França, o rei Luís XI não perdoava a submissão da Universidade aos ocupantes ingleses. Porque esta tinha-se comprometido totalmente no processo de Joana d´Arc. Para a punir, o rei ordenou que passasse a estar submetida ao Parlamento. Foi até ao ponto de retirar-lhe o direito de protesto.

O averroísmo estava na moda. Marsile de Pádua era a cabeça do movimento que moderava as aspirações dos papas. O espiritual separava-se do temporal. Duns Scot, o franciscano, alcançava o cepticismo, mas abria novos horizontes: os de livre arbítrio e da vontade do homem.

A sombra de Dante perfilava-se até Paris sob as abóbadas de Saint-Julien-le-Pauvre. Dois séculos mais cedo, o poeta era banido de Florença, mas sua Divina Comédia abria a via das evocações mágicas.

Era um gnóstico: logo um herético !
Os seus itinerários através dos mundos sobrenaturais inspirarão as viagens do século seguinte.
Toma o sentido contrário ao dogma.
Dante escolheu como guia São Bernardo, o fundador do Templo. O poeta visionário odiava Filipe, O Belo, perseguidor dos Templários.

A cidade francesa gozava de um prestígio que não cessara de aumentar desde os tempos da monarquia capetiana.
A criação da Universidade trouxera consigo uma efervescência intelectual jamais conhecida.
Na Rua de la Boucherie, em torno de Saint-Séverin, só se viam estudantes. Junto de Jean-Julien-le-Pauvre outros rodeavam os mestres independentes que lhes falavam de Dante e de Abelardo.
Em França, em Itália, na Alemanha, na Inglaterra, relia-se Virgílio e Platão.
Os letrados animavam os albergues, e os sucessores de François Villon não saíam das tabernas. Viviam como «maus rapazes», roubando mais do que estudavam !






in “História da Magia do Ocultismo e das Sociedades Secretas” – Danielle Hemmert e Alex Roudene






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