sábado, 11 de julho de 2020

ANTERO DE QUENTAL - Hino à Razão



ANTERO DE QUENTAL
(Ponta Delgada, Açores, Portugal, 1842 – 1891)
Escritor, poeta, filósofo

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Pela profundidade do pensamento filosófico, inigualável em toda a história da literatura portuguesa, e pela beleza formal dos seus poemas, em especial dos sonetos – forma que recupera após o romantismo, na senda de João de Deus – a sua obra oferece uma das mais fecundas expressões de toda a poesia portuguesa.

in“Livro dos Portugueses”

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HINO À RAZÃO

Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre só a ti submissa.

Por ti é que a poeira movediça
De astros, sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.

Por ti, na arena trágica, as nações
buscam a liberdade entre clarões;
e os que olham o futuro e cismam, mudos,

Por ti podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!





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