sexta-feira, 5 de março de 2021

ANTÓNIO JOSÉ PINHEIRO



ANTÓNIO JOSÉ PINHEIRO
(Tavira, Portugal -1867 – Lisboa, 1943)
Actor

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Foi uma das principais figuras do teatro português de finais do século XIX e da primeira metade do século XX.

A sua extensa carreira de actor – em companhias como a Rosas & Brazão, a Sociedade Artística e a Rey Colaço-Robles Monteiro – foi apenas suplantada pelo seu trabalho como ensaiador/encenador, através do qual foi responsável pelo crescimento artístico de muitos actores e companhias na passagem para o modelo realista e naturalista de representação.

Foi no teatro ambulante e sobretudo no “mambembe” do Brasil – aos quais se dedicou na última década do século XIX – que declarava ter encontrado o seu verdadeiro baptismo de fogo e a sua capacidade e versatilidade como actor.

Estreou-se em 1886 no Teatro Ginásio em Nobres e Plebeus

Membro da companhia que daria origem à Rosas & Brazão, António Pinheiro trabalhou num palco privilegiado onde se jogava a paciente mas clara mudança de paradigma entre o Romantismo e as tendências naturalistas. 

Defensor da veracidade da vida em palco, crítico feroz das representações exacerbadas características do Romantismo, escreveu artigos onde expõe a sua defesa do que deve ser a representação, os figurinos e a encenação. Em simultâneo, critica o ensino de teatro e aponta caminhos para um curso bem estruturado. 

Põe o dedo na ferida sobre o ambiente que se vive nas companhias, sobre o mau profissionalismo dos actores em geral, e a sua falta de camaradagem.

António Pinheiro, figura incontornável e pioneira do Associativismo no campo teatral, criou a "Caixa de Socorros dos Artistas do Teatro D. Amélia" em 1902, e em 1907 fundou a “Associação de Classe dos Artistas Dramáticos”, organização esta que visava melhorar as condições laborais dos actores.

Como professor de Estética e Plástica Teatral, elaborou o programa da sua cadeira como lugar de estudo da correcta organização da cenografia, guarda-roupa, acessórios e adereços, oferecendo propostas de estudo para uma encenação equilibrada. 

Propôs o estudo da anatomia do corpo humano e a sua correcta utilização na composição verosímil de personagens, aspectos que ficou a dever ao curso de Medicina que frequentara, e que acabariam por trazer grandes avanços na preparação dos futuros profissionais de teatro.

A pedagogia acaba por ser, atendendo às vertentes do seu percurso, a palavra que melhor define o trabalho de António Pinheiro.






Fonte: “Instituto Camões” (excertos)



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