terça-feira, 18 de agosto de 2020

FRANCESCO PETRARCA - O Amor que Abandonaste



FRANCESCO PETRARCA
(Itália, 1304 - 1374)
Poeta, filósofo

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Parte das suas obras são escritas em latim erudito e de influência escolástica, destacando-se de entra elas o poema África, as Epístolas, as Confissões, Sobre os Homens Ilustres ou Segredo, mas foi sobretudo a sua poesia lírica, em Il Canzoneri que mais lhe deu notoriedade contribuindo profundamente para a fixação da língua italiana. 
Em 1341, Petrarca recebeu o maior galardão dos poetas, sendo coroado no Capitólio.

in “Enciclopédia Portuguesa”

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O AMOR QUE ABANDONASTE

Alma tão bela desse nó já solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.

Da falsa suspeição liberta e absolta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.

Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.

Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.



Tradução: Jorge de Sena

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