sábado, 15 de agosto de 2020

RIBEIRO SANCHES - Médico, filósofo



RIBEIRO SANCHES
(Penamacor, Portugal, 1699 – Paris, França, 1783)
Médico, filósofo

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Foi um dos nossos mais célebres “estrangeirados”.

Em 1726, com apenas 27 anos – apreensivo com a actividade persecutória da Inquisição – abandona Portugal, iniciando um périplo por vários países da Europa – de onde não mais regressaria – que o leva sucessivamente a Itália – onde frequenta a Universidade de Pisa -, França, Holanda e Londres, onde permanece durante dois anos que aproveita para frequentar vários cursos dentro da área da Medicina, como Cirurgia, Química e Farmacologia, mas também de Física, Matemática e Ciências Naturais.

Chegado à Rússia em 1731, fica a exercer medicina em Moscovo. Parte da Rússia ao fim de dezasseis anos de permanência e de excelentes serviços prestados ao país, em virtude dos quais lhe são atribuídas diversas honras.

Estabelece-se entretanto em Paris, onde vive durante 35 anos, não sem antes de caminho passar por Berlim, onde é recebido pelo rei da Prússia, Frederico II, admirador, correspondente e amigo de Voltaire, simpatizante do movimento iluminista e autor de uma obra de análise e crítica ao maquiavelismo – Essai de Critique sur Maquiavel.

Escreveu ao longo destes 35 anos algumas das suas obras mais importantes, para além de inúmeros escritos que nunca foram editados, encontrando-se o seu espólio disperso por diversas bibliotecas europeias - desde as Bibliotecas Nacionais de Lisboa, Madrid e Viena até às Bibliotecas das Universidades de Leyde e à da Faculdade de Medicina de Paris.

A filosofia de Ribeiro Sanches integra-se plenamente no espírito iluminista da época, já que residindo em Paris e sendo colaborador da Enciclopédia de Diderot e D´Alembert, privou de muito perto com a maior parte dos filósofos e escritores que enformavam esse espírito, como o Buffon da História Natural; Montesquieu de O Espírito das Leis; o Voltaire do Tratado sobre a Tolerância ou do Ensaio sobre os Costumes e o Espírito das Nações.  
                                                                 



Fonte: “Filosofia II” (excertos)
Imagem: in “Município de Penamacor” 





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