Machado de Assis, nasceu no Morro do Livramento, Rio de Janeiro.
(1839-1908)
Poeta, romancista, dramaturgo, contista, cronista, jornalista
e crítico literário, foi considerado o maior escritor brasileiro e um dos
grandes nomes do Realismo.
A análise e reflexões
críticas sobre a sociedade brasileira, são características presentes nas suas
obras.
Fundou, em colaboração
com outros escritores, a “Academia Brasileira de Letras”, da qual foi o
primeiro presidente.
Do livro “ Falenas”, o poema:
Lágrimas de Cera
Passou; viu a porta aberta.
Entrou; queria rezar.
A vela ardia no altar.
A igreja estava deserta.
Ajoelhou-se defronte
Para fazer a oração;
Curvou a pálida fronte
E pôs os olhos no chão.
Vinha trémula e sentida.
Cometera um erro. A Cruz
É a âncora da vida,
A esperança, a força, a luz.
Que rezou? Não sei. Benzeu-se
Rapidamente. Ajustou
O véu de rendas. Ergueu-se
E à pia se encaminhou.
Da vela benta que ardera,
Como tranquilo fanal,
Umas lágrimas de cera
Caíam no castiçal.
Ela porém não vertia
Uma lágrima sequer.
Tinha a fé, — a chama a arder,
Entrou; queria rezar.
A vela ardia no altar.
A igreja estava deserta.
Ajoelhou-se defronte
Para fazer a oração;
Curvou a pálida fronte
E pôs os olhos no chão.
Vinha trémula e sentida.
Cometera um erro. A Cruz
É a âncora da vida,
A esperança, a força, a luz.
Que rezou? Não sei. Benzeu-se
Rapidamente. Ajustou
O véu de rendas. Ergueu-se
E à pia se encaminhou.
Da vela benta que ardera,
Como tranquilo fanal,
Umas lágrimas de cera
Caíam no castiçal.
Ela porém não vertia
Uma lágrima sequer.
Tinha a fé, — a chama a arder,
Chorar é que não podia.
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