quarta-feira, 3 de julho de 2013

MIGUEL TORGA

 
 
 
 
 
 
Miguel Torga nasceu em São Martinho de Anta, Vila Real, no dia 12 de Agosto de 1907 e viveu até 17 de Janeiro de 1995.
Romancista, poeta, contista, memorialista, dramaturgo, ensaísta, médico, Miguel Torga foi o defensor do povo oprimido, pobre e encarcerado pelas leis que lhe tiravam a dignidade e a liberdade.
Com 13 anos emigrou para o Brasil, onde trabalhou como capinador, vaqueiro e apanhador de café, numa fazenda em Minas Gerais.
Um ano depois regressou a Portugal, onde concluiu o ensino liceal. Licenciou-se em medicina na Universidade de Coimbra.
Colaborou nas revistas “Presença”, “A Sinal” e lançou “Manifesto”.
Publicou mais de meia centena de obras, tais como: “Ansiedade”, “Rampa”, “O Outro Livro de Job”; “Lamentação”, “Nihil Sibi”, “Cântico do Homem”, “Alguns Poemas Ibéricos”, “Criação do Mundo”, “Pão Ázimo”, “Bichos”, “Contos da Montanha”, “Vindima”,  “Fogo Preso”, “Terra Firme”; “Mar”, “Sinfonia”, “O Sexto Dia da Criação do Mundo”, “Diário” (publicado em 16 volumes).
Muitos dos seus livros foram traduzidos em várias línguas, incluindo a chinesa, japonesa, norueguesa, búlgara, etc.
Foi galardoado com os seguintes Prémios: “Prémio Diário de Notícias”, “Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist” (na Bélgica), “Prémio Morgado de Mateus”, “Prémio Montaigne”, da Fundação Alemã F.V.S., “Prémio Camões”, “Prémio Personalidade do Ano”, “Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores”, “Prémio da Crítica”, consagrando a sua obra.
Por duas vezes foi apresentada a sua candidatura ao Prémio Nobel de Literatura.
Apreciador de viagens, realizou as últimas à China e à Índia.
        Devido à sua posição crítica dos regimes políticos do Estado Novo e do Franquismo, foi preso várias vezes e apreendidas algumas das suas obras.
        No exercício da sua profissão, dava consultas gratuitas aos doentes pobres da sua região.
Em 1996, fundou o Círculo Cultural Miguel Torga, sediado na sua terra natal.
 Incluído no livro "Odes", o poema:
 
                               À Beleza
Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.

És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.

És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.
 
 

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