terça-feira, 20 de agosto de 2013

CECÍLIA MEIRELES

 
 
         Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, no dia 7 de Novembro de 1901, e viveu até 9 de Novembro de 1964.
       
       Foi poetisa, jornalista, pintora, tradutora e professora.
       
        Considerada uma das mais importantes poetisas de língua portuguesa, fez aos 9 anos de idade a sua primeira poesia.
       
          Diplomou-se no Curso Normal do Instituto de Educação, começando a exercer o magistério primário em escolas oficiais.
       
         Em 1919, publicou o primeiro livro de poesias, intitulado “Espectro”.
 
Viveu em Lisboa, onde publicou: “O Espirito Vitorioso”, um ensaio sobre a apologia do Simbolismo. Colaborou, assiduamente, num jornal diário, escrevendo artigos sobre educação. Publicou “Olhinhos de Gato”, um pequeno livro de memórias, que constitui uma narrativa autobiográfica de Cecília Meireles.
 
Proferiu, em várias cidades portuguesas, conferências sobre Literatura Brasileira.
 
Nos Estados Unidos, Ásia e África realizou colóquios sobre Literatura, Educação e Folclore.   
        
         Traduziu peças teatrais de Virginia Woolf, Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, entre outros.
       
         A sua poesia está traduzida para várias línguas, incluindo a húngara, a urdu e hindu.
 
Em 1934, criou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro.
       
         Recebeu diversos galardões e grandes homenagens públicas, dos quais se salientam:
       
“Prémio de Poesia Olavo Bilac”, pela Academia Brasileira de Letras”; Sócia honorária do “Real Gabinete Português de Leitura”, no Rio de Janeiro; “Oficial da Ordem de Mérito”, do Chile; Sócia honorária do “Instituto Vasco da Gama”, em Goa; Título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi; “Prémio Jabuti de Tradução de Obra Literária”; “Prémio de Tradução e Teatro”, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte; “Prémio Machado de Assis”.
       
 
Canção
 
 
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
— depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.


vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
 
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
 
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
 
 Cecília Meireles, in "Viagem".

Sem comentários:

Enviar um comentário