segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A POESIA E A PAZ – (IV)

 
 

 
Paz, Poetas e Pombas
 
 
A Paz viajou em busca da silêncio
Sitiou Berlim
Abdicou em Londres
A Paz saltou dos olhos do poeta
Atacada de psicose maníaco-depressiva
 
 
 
Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas nao viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa

 
 
A Paz saiu aos saltos para a rua
Comeu mostarda
Bebeu sangria
A Paz sentou-se em cima duma grua
Atacada de astenia

 
 
Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas nao viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa.

 
José Afonso
 

 

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