terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Gabriela Mistral

 
 
 
 
Gabriela Mistral  (1889-1957) nasceu em Vicuña, Chile.
Iniciou a sua vida profissional como professora num colégio particular.
 
Em 1914, publicou  o volume “Sonetos da Morte”, primeiro prémio dos Jogos Florais de Santiago do Chile.
 
Em 1922, o Instituto Hispânico de Nova Iorque editou uma colectânea das suas poesias, denominada “ Desolação”.
 
A sua obra está traduzida em várias línguas.
 
Algumas bibliotecas de países latino-americanos adoptaram o seu nome.
 
Desempenhou funções consulares em diversos países, incluindo Portugal, entre 1935 e 1937.
 
A casa onde nasceu e viveu Gabriela Mistral, foi considerada, pelo Governo Chileno, monumento nacional.
 
Foi seu desejo ser sepultada numa colina perto do Monte Grande, em cripta aberta na terra, coberta, apenas, por uma pedra, na qual está inscrito o seguinte epitáfio:
       
“Gabriela Mistral – Prémio Nobel, 1945 – 7-VIII-1889 – 10-I-1957. O que a alma faz pelo seu corpo é o que o artista faz pelo seu povo. G.M.”
 
 

Palavras de Gabriela Mistral:

"Todo o país escravizado por outro ou outros países, tem na mão, enquanto souber ou puder conservar a própria língua, a chave da prisão onde jaz."
 
 
 
  O Pensador de Rodin
 
Queixo apoiado à mão em postura severa,
lembra-se o Pensador que é da carne uma presa;
carne fatal, desnuda ante o fado que o espera,
carne que odeia a morte e tremeu de beleza;

que estremeceu de amor na primavera ardente
e hoje, imersa no outono, a tristeza conhece.
A idéia de morrer dessa fronte consciente
passa por todo o bronze, à hora em que a noite desce.

De angústia os músculos se fendem, sofredores;
os sulcos de seu corpo enchem-se de terrores;
entrega-se, folha outoniça, ao Senhor forte

que o plasma. E não se crispa uma árvore torcida
de sol nos plainos, nem leão de anca ferida,
como esse homem que está meditando na morte.
 
 
Gabriela Mistral, in “Poesias escolhidas”
Tradução: Henriqueta Lisboa.

 
 

 

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