sábado, 4 de janeiro de 2014

Louis Braille : Um Farol para um Mundo de Escuridão

 


 

Louis Braille nasceu em Coupvray, França, no dia 4 de Janeiro de 1809. Viveu até 6 de Janeiro de 1852.

 
Aos três anos de idade, feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda, originando uma infecção que se alastrou ao olho direito, provocando-lhe a cegueira total.

 
Frequentou o “Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris” fundado por Valentin Haüy, que criou um programa para ensinar os cegos a ler. O sistema era complicado e de difícil aprendizagem.

 
Louis Braille pensou que devia investir o seu talento e trabalho num processo mais fácil e eficaz, que permitisse aos cegos terem o direito de acesso à cultura.

 
Com quinze anos, concluiu o seu método, que se baseava numa célula de seis pontos (três pontos de altura por dois de largura). Posteriormente, Braille evoluiu o sistema com a inclusão da notação numérica e musical.

 
O “Código Braille” é lido da esquerda para a direita, com uma ou as duas mãos.

 
Com o avanço da tecnologia, é fácil imprimir textos em “Braille”, com a adaptação de um programa específico. Assim, é possível a impressão de livros, que em Portugal atinge cerca de 3.000 títulos, de temática variada: filosofia, psicologia, romances, poesia, infanto-juvenil, manuais escolares, etc.

 
A nível mundial existe um plano para a unificação dos códigos matemáticos e científicos, mas ainda não atingiu o sucesso pretendido.

 
O método de Louis Braille, usado em todo o mundo, apenas foi reconhecido, postumamente, pelo estado francês em 1952.

 
Hellen Keller (cega e surda desde criança) publicou um artigo de homenagem a Braille no “The New York Times Magazine”, em 6 de Janeiro de 1952, intitulado: “Louis Braille: Um Farol para um Mundo de Escuridão”.

 

Palavras de Louis Braille: "Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma.”

 
ALFABETO "BRAILLE"
 
 
 

UM CEGO
 
 
Não sei qual é a face que me mira
quando miro essa face que há no espelho;
e desconheço no reflexo o velho
que o escruta, com silente e exausta ira.

Lento na sombra, com a mão exploro
meus traços invisíveis. Um lampejo
me alcança. O seu cabelo, que entrevejo,
é todo cinza ou é ainda de ouro.

Repito que perdi unicamente
a superfície vã das simples coisas.
Meu consolo é de Milton e é valente,

porém penso nas letras e nas rosas.
Penso que se pudesse ver meu rosto
saberia quem sou neste sol-posto.

Poema de Jorge Luis Borges, in “A Rosa Profunda”.
Tradução: Renato Suttana
 

 

 
 

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