sábado, 24 de maio de 2014

António Nobre

 
 
 

António Nobre (1867-1900) nasceu no Porto, Portugal.

Poeta vanguardista da modernidade, foi considerado uma das mais importantes figuras do simbolismo em Portugal.

Formou-se em Direito na Sorbonne.

Fundou a revista “Boémia Nova”.

Em 1892, publicou, em Paris, o livro “Só”.

Postumamente, foram editadas as obras “Despedida “ e “Primeiros Versos”.

Solitário e desencantado, foi o poeta da tristeza e da angústia de viver.
 
 
Palavras de António Nobre:      
, é o livro mais triste que há em Portugal.”
 
              Tempestade!

O meu beliche é tal qual o bercinho,
Onde dormi horas que não vêm mais.
Dos seus embalos já estou cheiinho:
Minha velha ama são os vendavais!

Uivam os ventos! Fumo, bebo vinho.
O vapor treme! Abraço a Bíblia, aos ais...
Covarde! Que dirá teu Avozinho,
Que foi mareante? Que dirão teus Pais?

Coragem! Considera o que hás sofrido,
O que sofres e o que ainda sofrerás,
E vê, depois, se acaso é permitido

Tal medo à Morte, tanto apego ao mundo:
Ah! Fôra bem melhor, vás onde vás,
António, que o paquete fosse ao fundo!


António Nobre, in 'Só'

 
 

 

 
 
 
 

 
 

 
 

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