domingo, 8 de junho de 2014

Guerra Junqueiro

 
 
Guerra Junqueiro (1850-1923) nasceu em Freixo de Espada à Cinta, Portugal.
Foi poeta, escritor, jornalista, político e deputado.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
A sua poesia foi catalisadora do processo revolucionário que levou à implantação da República na madrugada do dia 5 de Outubro de 1910, destituindo a Monarquia Constitucional.
Foi o mais emblemático poeta representante da designada “Escola Nova”.
Desenvolveu relações de amizade com muitos dos melhores escritores e poetas da época, integrando o grupo conhecido por “Geração de 70”.
Algumas das suas obras: “A Morte de D. João”; “A Velhice do Padre Eterno”; “Os Simples”; “Oração ao Pão”; “Viagem à Roda da Parvónia”; “Poesias Dispersas”; “A Musa em Férias”.
Na cidade do Porto, norte de Portugal, existe a “Casa-Museu Guerra Junqueiro”.

 

Palavras de Guerra Junqueiro:

“A humanidade é a vitória dos arrogantes sobre os humildes, dos fortes sobre os débeis, da besta sobre o anjo.”


 
     A Minha Filha
  (Vendo-a dormir)

 

Que alma intacta e delicada!
Que argila pura e mimosa!
É a estrela d'alvorada
Dentro dum botão de rosa!


E, enquanto dormes tranquila,
Vejo o divino esplendor
Da alma a sair da argila,
Da estrela a sair da flor!


Anjos, no azul inocente,
Sobre o teu hálito leve
Desdobram candidamente,
Em pálio, as asas de neve...


E eu, urze má das encostas,
Eu sinto o dever sagrado
De te beijar— de mãos postas!
De te abençoar — ajoelhado!

 

Guerra Junqueiro, in “Poesias Dispersas”.
 


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