domingo, 24 de maio de 2015

JAROSLAV SEIFERT - Pequena Canção da Noite

 
 
 
 
 
 

Jaroslav Seifert (Praga, República Checa, 1901-1986).

Foi poeta, jornalista e autor de literatura infantil.

A partir dos anos sessenta produziu a parte mais brilhante da sua obra, com grandes publicações como Concerto na Ilha, Cometa Halley, A Fundição de Sinos e Ser Poeta.

Em 1966 foi nomeado “Poeta da Nação”, tendo sido um dos primeiros escritores que condenaram a invasão soviética da Checoslováquia.

Foi galardoado, em 1984, com o “Prémio Nobel de Literatura”.

O Comité decidiu a atribuição do prémio “pela poesia plena de frescura, sensualidade e criatividade, que transmite um espírito indomável e um sentimento profundo de estima pelo seu país e pelo seu povo”.
 
 
Palavras de Jaroslav Seifert:
 
“Toda a minha vida fui fiel ao amor.”
 
O comitê do Prêmio Nobel descreveu-o como um poeta "amado como caro pela clareza surpreendente, musicalidade e sensualidade de seus poemas como para sua identificação unembellished mas profundamente sentida com o seu país e seu povo." O comitê do Prêmio Nobel descreveu-o como um poeta "amado como caro pela clareza surpreendente, musicalidade e sensualidade de seus poemas como para sua identificação unembellished mas profundamente sentida com o seu país e seu povo." O comitê do Prêmio Nobel descreveu-o como um poeta "amado como caro pela clareza surpreendente, musicalidade e sensualidade de seus poemas como para sua identificação unembellished mas profundamente sentida com o seu país e seu pPequena Canção da Noite
 

As gatas irrompem das águas-furtadas
e tornam-se verdes na noite.
Eu procurava em vão uma  palavra nova
para isso a que os outros chamam sonho.

Para esta quimera, coisa ou instante,
que ultrapassa os limites da tua realidade
e depois - para te submeter ao seu próprio império -
não chega quase a ter corpo.
Para isso que é um simples murmúrio
e se dilacera a cada choque,
assim como um pão de gaze ligeiro
que, rente à tua fronte, flutua no ar.

Isso que, com o sangue, chega ao rosto
e faz sonhar as jovens raparigas
logo que, confessando-se à almofada,
se escondem sob os cobertores.

Para isso que surge assim que as tuas mãos
cobrem os teus olhos; isso que quase
a tua orelha não ouve, quando há um suspiro -
muito baixo - num recolhimento solitário.

Para esses olhos e esse olhar, enfim,
com os quais uma senhora me deslumbrou.
E com os quais, desde então, eu sonho ainda,
balbuciando versos comovidos.
Velar sem prazo, pela dor;
Nada me impedirá de dormir mal.
A cidade? Dorme. Lá em baixo, o dique
Purifica o ouro pálido das estrelas.


Jaroslav Seifert
 

 

 

 
 

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