domingo, 10 de janeiro de 2016

ANDRÉ DE RESENDE – Humanista

 
 
 

André de Resende (Évora, Portugal, 1498-1573)

Tinha apenas dois anos de idade quando ficou órfão de pai. E aos oito, deu entrada no convento de S. Domingos, de Évora, protegido pelos padres mestres da Ordem, que desde então passaram a cuidar da sua educação.

 
Sabe-se que estudou latim em Lisboa, com o latinista Estêvão Cavaleiro, e que mal havia completado os treze anos quando foi estudar para a Universidade de Paris, onde recebeu lições de hebraico do célebre humanista flamengo, Nicolau Clenardo.

 
Em 1529 encontra-se em Lovaina, onde fazia parte de um grupo de amigos de Erasmo, no qual se encontravam humanistas como Conrado Goclénio, Rutgero Réscio, Clenardo e João Campense, e por cuja altura deve ter escrito Erasmi Encomium (Elogio de Erasmo), obra editada em Basileia  e dedicada a Goclénio. Até que entre 1533 e 1534 regressa a subitamente a Portugal, quiçá chamado por D. João III, desejoso de formar o corpo docente da Universidade de Coimbra com os melhores sábios da Europa. (…)

 
André de Resende faleceu no ano imediato ao da publicação de Os Lusíadas, cujo título apadrinhou, tendo sido o primeiro autor a usar a palavra Lusíadas, no sentido de portugueses, lusitanos, tanto no Erasmi Encomium (1531), como no poema Vicentius Levita et Martyr (1545).

 
Diz-se que André de Resende passou os últimos anos da sua vida escrevendo, ensinando e investigando, tendo nesta última função elaborado um estudo dos monumentos epigráficos da época romana em Portugal.

 
A sua obra é vastíssima, com especial relevância para aqueles trabalhos que o classificam como um escritor clássico: História da Antiguidade da cidade de Évora; Vida do Infante D. Duarte e Santa Vida de Frei Pedro. Se bem que o seu trabalho mais notável tenha sido, De antiquitatibus Lusitaniae, em quatro volumes.

André de Resende – como diria alguém – distinguiu-se em quase todos os ramos do saber humano.

 
Fonte: Literatura Portuguesa (excerto)
Imagem: busto de André de Resende de autoria de João Cutileiro.

 
 
 

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