segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

GASTÃO CRUZ – O dorso sob a luz o ar os dedos







Gastão Cruz (Faro, Portugal, 1941).
Poeta, crítico literário, tradutor e encenador.
Traduziu, entre outros, Jean Cocteau, Shakespeare, William Blake.
Foi um dos fundadores do “Grupo de Teatro Hoje”, para o qual encenou várias peças.
Algumas das suas obras: A Morte Percutiva, A Poesia Portuguesa Hoje, As Pedra Negras, A Moeda do Tempo, Crateras, Fogo.


Palavras de Gastão Cruz:
“Não sou um surrealista mas não posso ignorar a evolução da poesia anterior a mim. O sonho é um tempo muito presente na minha poesia, incluindo o sonho acordado.”


O dorso sob a luz o ar os dedos

o dorso sob a luz o ar os dedos
a pele intensa de suor e fogo
o mar a primavera rompe o dorso
nocturno sob o fogo a lama o sol
O dorso sob
um beijo a electricidade  fria da noite
lábios subindo a encontrar o corpo
suor e água pó montanhas altas

humedecendo o dorso
o sentido da carne o frio
o rio aberto
vector
o dorso o
olhar o fogo
o dorso todo humedecendo o beijo


Gastão Cruz, in “Poemas Reunidos”



 





domingo, 28 de fevereiro de 2016

OCIDENTE – Revista Literária






Foi fundada em Maio de 1938, na cidade de Lisboa, sob a direção de Manuel Múrias, tendo como proprietário, redactor-gerente e editor Álvaro Pinto.
Em 1942 a Direcção foi assumida por Álvaro Pinto e, assim, se manteve até à sua morte, em 1956. Foi posteriormente dirigida por António Henriques de Azevedo Pinto, Maria Amélia de Azevedo Pinto e Maria Teresa de Azevedo Araújo Pinto.
A revista Ocidente desde a sua criação manteve a particularidade de sair pontualmente ao dia um de cada mês, periodicidade esta que se manteve até Julho de 1973 e, de 1974 a 1999, foram publicados anualmente números especiais com o propósito de manter o título.
Foi uma revista que deu a conhecer inéditos de autores consagrados e que organizou dossiers de relevo que incluíam sempre notáveis iconografias.
Cada número era composto por diversas secções, tais como: Ensaios, Crónicas, Bibliografias, Notas e Comentários. 

O seu programa era essencialmente cultural e pretendia enaltecer os valores nacionais, esclarecer problemas literários, históricos e artísticos. De entre os colaboradores literários destacam-se as figuras de Fernanda de Castro, Júlio Brandão, Jaime Cortesão, Adolfo Casais Monteiro, José Régio, Jacinto do prado Coelho, Julião Quintinha, Manuel da Fonseca, Miranda de Andrade, entre outros.
No que diz respeito à colaboração plástica contou com reproduções de Abel Manta, Abel Salazar, Alfredo Keil, Almada Negreiros, António Lino, Carlos Botelho, Teixeira Lopes, Vespeira, entre outros.


Fonte: HML – Hemeroteca Municipal de Lisboa


sábado, 27 de fevereiro de 2016

MACHADO DE CASTRO – Escultor







Machado de Castro (Coimbra, Portugal. 1731 – Lisboa, Portugal, 1822).

Foi um dos maiores escultores portugueses.

Em 1745, frequentou em Lisboa, a oficina de Nicolau Pinto e depois a de José de Almeida, que D. João V mandara a Roma. Foi com este escultor que definiu a sua personalidade artística e técnica.

Em 1756 foi para Mafra, onde Alexandre Giusti, trazido a Lisboa por aquele mesmo soberano, dirigia as obras reais do mosteiro joanino, como escultor do rei D. José. Ingressava assim na “Escola de Mafra”, de estatuária sumptuosa e rica.

Em 1770, chamado a Lisboa, participa nos trabalhos preliminares da estátua de D. José: foi encarregado da parte escultórica do monumento, que o ocupou durante quatro anos. Em 1775, foi solenemente inaugurada pelo rei.

Outro aspecto riquíssimo e impressionante de Machado de Castro e da “Escola de Lisboa” está nos presépios de barro policromado, em que competiram todas as melhores oficinas de Lisboa, com predomínio das do escultor e do seu maior émulo, que foi António Ferreira. 

A repercussão da arte barrista do presépio foi ampla em Portugal inteiro. 

Em Lisboa são da maior grandeza e imponência os presépios saídos da oficina de Machado de Castro, patentes na Sé Patriarcal e na Basílica da Estrela.

Foi professor na Ordem de Cristo.




Fonte: Enciclopédia de Cultura

Imagem: retrato de Machado de Castro. 
Encontra-se instalado no antigo Paço Episcopal de Coimbra, o Museu Nacional de Machado de Castro, um dos mais importantes museus de Belas Artes e Arqueologia de Portugal.




sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CEIA À PORTUGUEZA – Salão do Casino de Paris





O Duque De Lafões, D.Caetano de Bragança, organizou em 21 de Novembro de 1907, no Casino de Paris, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, uma “Ceia à Portuguesa” para celebrar o facto de ter adquirido… a guitarra da Severa!

A festa foi de arromba (veja-se a ementa a seguir), nela participando a fina flor da boémia artística elegante lisboeta: D.João da Câmara, Júlio Dantas, Bulhão Pato, Carlos Malheiro Dias, António Batalha Reis, Gustavo Bordalo Pinheiro, etc.

Entre os vários intérpretes contavam-se Carlos Harrington e a Júlia Florista.


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LISBOA, 21 DE NOVEMBRO DE 1907
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CEIA À PORTUGUEZA
NO
Salão do CASINO DE PARIS
(AVENIDA DA LIBERDADE)
………………………

SOPA
De vegetaes à Bulhão Pato

1ª ENTRADA
Peixe recheado, com diversos mariscos, à D.Francisco
de Almeida

2ª ENTRADA
Frangãos com trufas, à D.João da Camara

3ª ENTRADA
 Salchichas com couve lombarda, à D.Fernando
Castello Branco

4ª ENTRADA
Empadas de perdiz, à Conde de Vimioso

ENTRADA
Prato-frio sortido, à Marquez de Bellas

LEGUMES
Couve-flor à Raphael da Cunha

ASSADO
À Emilio Infante da Camara
Sallada à Severa

SOBREMEZAS
Sonhos à Marquez de Castello Melhor
Bom-boccado à D.Caetano de Bragança
Queijo
Fructas seccas e verdes

VINHOS
Buccellas, Collares e Termo

CHÁ E CAFÉ
                                                    

                                                                                              Joaquim de Seabra e Sá


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Fonte: “Histórias do Fado” de Maria Guinot, Ruben de Carvalho e José Manuel Osório.


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Imagem: Monumento de homenagem à Mouraria como berço do Fado. Apresenta uma guitarra portuguesa esculpida e encontra-se perto da casa onde viveu a Severa.




quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

ÁGUEDA SENA – Bailarina e coreógrafa





Águeda Sena (Lisboa, Portugal,1927).
Possivelmente nenhuma coreógrafa portuguesa do século XX terá sido tão criativa como Águeda Sena. Esteve na génese de vários grupos privados, com o seu marido Fernando Lima, com ele dançou e coreografou para o Teatro de Revista e fez várias séries de programas de bailado no início da televisão em Portugal.
Manteve um forte vínculo com o Ballet Gulbenkian, companhia a que esteve ligada durante quase duas décadas, e também com o Teatro Experimental de Cascais. A sua vida foi um turbilhão de paixões.
Privou de perto com figuras ilustres das artes e das letras nacionais e internacionais que frequentavam a casa de seu pai, o pedagogo Faria de Vasconcellos. Conheceu Pablo Picasso, Edite Piaf, Ninette de Valois, Pablo Neruda, Frederick Ashton, Jean-Louis Barrault e Jean Villar, entre outros.
Viveu em França e em Inglaterra, numa altura de grandes dificuldades económicas e pessoais.
Foi a criadora mais dançada na primeira fase do Ballet Gulbenkian e sem sombra de dúvida, a coreógrafa portuguesa mais produtiva e admirada da sua época, num meio, então, marcadamente masculino.
Até meados da década de 70 o seu trabalho foi, temporada após temporada, apreciado tanto no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), como em digressões do Ballet Gulbenkian no país e no estrangeiro.
A sua peça de maior fôlego foi o grandioso evento multidisciplinar intitulado “Namban Matsuri” apresentado na Expo’70 de Osaka, no Japão.
Conquistou vários prémios da Imprensa e das Câmaras de Cascais e de Oeiras e a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2005.


Palavras de Águeda Sena:
“Tenho a certeza de que 99% dos académicos e professores de História da Dança no nosso país nem imaginam que muito antes de Pina Bausch ter feito dança-teatro na Alemanha já eu fazia um estilo semelhante e que é possível observar em dezenas de programas gravados nos anos 60 pela RTP. Em Abril de 63 iniciei na televisão portuguesa uma forma inédita de dança, com a rubrica ‘Poesia e Movimento’, em que se deu relevância aos poemas de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos, bem como de alguns poetas ‘malditos’ em tempo de ditadura, conjugando dança, música e declamação."



Fonte: Revista da Dança




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ALBINO FORJAZ DE SAMPAIO – “Jornalista dos diabos”






Albino Forjaz de Sampaio (Lisboa, Portugal, 1884 – 1949).

Esquecido e ignorado hoje em dia, Forjaz de Sampaio foi autor de um dos livros mais vendidos do século XX – Palavras Cínicas – que, à morte do autor, já tivera 46 edições.  Dele disse Almada Negreiros, no seu Manifesto Anti-Dantas:”É o raquítico Albino Forjaz de Sampaio, crítico da Luta a que o Fialho com imensa piada intrujou de que tinha talento!?”

Albino Forjaz de Sampaio começou a sua carreira literária como jornalista no Jornal A Luta sob o patronato de Fialho de Almeida e Brito Camacho. (…)

A crónica de crítica social que procurava inverter a moral comum da época tornou-o famoso, sobretudo pelo escândalo que as suas opiniões originavam. Fazia-o um pouco à maneira de Oscar Wilde, mas num país ainda menos preparado para tais agitações. Daí que a sua estreia tenha sido estrondosa (embora as crónicas jornalísticas que já publicara o anunciassem), foi essa estreia com o livro Palavras Cínicas que, no começo do século (1905), deixava os portugueses tudo, menos indiferentes: muitos criticaram, outros riram, alguns elogiavam, mas muitos admitiram a verdade das opiniões emitidas, da subversão da moral vigente, dos juízos anti-clericais, da crendice popular, da “esperteza”, da clara opinião de que a Vida não valia mais a pena no mundo em que se vivia.(…)

A escrita de Forjaz de Sampaio é um mundo a descobrir. O escritor desenvolveu uma linguagem muito sua inventando inúmeros vocábulos e passando para o papel uma série de coloquialismos originais e que muito ajudavam na construção do humor que seus escritos patenteavam. (…)

A crítica mordaz, a frase curta e incisiva e o seu “linguajar ofensivo” fizeram de Forjaz de Sampaio um dos escritores mais amados, mas também um dos mais odiados da literatura portuguesa. 

As suas obras são extremamente actuais na crítica que fazem de uma sociedade que perde os seus valores e ideologias. Na maneira como vê o jornalismo sensacionalista e a sua influência sobre as massas. Na forma como via o curso que o panorama cultural português levava. Na crise que anunciava a II Guerra Mundial. Na forma como anunciava a morte da literatura pela morte da leitura...

Quem hoje ler essas crónicas de Albino Forjaz de Sampaio poderá certamente considerá-lo o Júlio Verne da sociedade portuguesa pela forma como as suas predições vieram a realizar-se. (…)

Uma segunda fase da sua carreira começou a verificar-se por volta da década de 20. Se até aí Forjaz de Sampaio tinha sido o menos canónico dos escritores, de um momento para o outro o escritor começa a interessar-se pela história da literatura portuguesa, torna-se um bibliófilo acérrimo. 

Rapidamente e através do seu conhecimento do submundo lisboeta Forjaz de Sampaio reúne de vários pequenos alfarrabistas um enorme espólio da literatura popular, o que resulta na publicação de Teatro de Cordel (1920-1922), ainda hoje um dos melhores estudos de conjunto sobre o teatro português nos séculos XVII, XVIII e inícios do século XIX. Esta publicação editada pela Academia das Ciências de Lisboa mereceu ao autor, até então considerado “vulgar e rasteiro”, a condição de Sócio Honorário da mesma Academia. (…)

Neste processo de institucionalização a publicação da sequência de obras de investigação literária e o jornalismo deste mesmo jaez seguem-se a um ritmo alucinante, Homens de Letras (1930), a colecção “Patrícia” dedicada aos maiores vultos da literatura portuguesa publicada a partir de 1924 em perto de 30 volumes e a sua monumental História Ilustrada da Literatura Portuguesa em 3 volumes são disso exemplo. (…)

Morreu em Lisboa, a sua cidade de eleição, a escrever um artigo para um jornal. Forjaz de Sampaio nunca se afirmou um escritor mas bradou aos quatro ventos que era um “jornalista dos diabos”.



Fonte: Notícia Biográfica – Recanto das Letras.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

PAUL CELAN – De todas as feridas






Paul Celan (Cernăuţi, (antiga Roménia, hoje Ucrânia) 1920 – Paris, França,1970).

Foi poeta, ensaísta e tradutor.

Em 1942, os seus pais, judeus de origem alemã, são deportados para um campo de concentração. O seu pai morre de tifo, a sua mãe é assassinada.

Celan passa por vários campos de concentração romenos, onde é obrigado a trabalhos forçados.
É considerado um dos maiores poetas da poesia alemã do pós-guerra.




Palavras de Paul Celan:
“A realidade não está simplesmente ali, deve ser investigada e conquistada.”




             De todas as feridas


Lança-me aos pés do coração a luva do silêncio:
Só uma vez no Outono a pedra reverdece - foi ontem;
foi quando o sal nas ruas era tão vermelho,
tão vermelho que se pensaria que era chegada a hora
a que se acena com os véus da meia-noite:
o tempo-de-tulipas dessa hora
em que o desejo enche o copo de toda a gente,
o berço e o caixão de toda a gente,
as pegadas de toda a gente -
a hora que liberta do gelo o teu olhar,
te faz arregaçar a tua sombra
e arranca aos sinos o seu silêncio quando danças.

Lança-me aos pés do coração a luva do silêncio:
foi ontem
e jaz no sangue com nós dois


Paul Celan, in “A Morte É Uma Flor”

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

GASPAR FRUTUOSO – Historiador e Humanista






Gaspar Frutuoso (Açores, Portugal, 1522 – 1591).

Foi historiador, sacerdote e humanista açoriano.

Bacharel em Artes e Teologia pela Universidade de Salamanca e Doutor em Teologia, destacou-se pela autoria da obra Saudades da Terra, (6 livros, 8 tomos), onde faz a 1ª “história” comparada insular, tratando das Canárias, Madeira e principalmente dos Açores.

Foi pároco da vila da Lagoa, na freguesia de Santa Cruz, onde existem registos por ele lavrados referentes aos anos de 1558 a 1560.

Em 1560 partiu para Salamanca, talvez para se doutorar. Nesse mesmo ano mudou-se para Bragança, passando a ser um próximo colaborador do bispo D. Julião de Alva, aí permanecendo até 1563.


Por carta de confirmação de 20 de Maio de 1565 foi nomeado vigário e pregador da Matriz de Nossa Senhora da Estrela da então Vila da Ribeira Grande, cargo que exerceu durante 26 anos, até à sua morte.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

LUÍSA TODI – Cantora lírica





Luísa Todi (Setúbal, Portugal, 1753 – Lisboa, Portugal, 1833).
Luísa Todi foi uma das maiores artistas líricas do seu tempo.(…)
Com dez anos de idade, ingressou no teatro profissional por mão de seu pai. (…)
Da prestação de Luísa no teatro declamado, que se cingiria à fase inicial do seu percurso artístico, há registo do seu desempenho como “Faustina” em Tartufo (versão da comédia de Molière realizada por Manuel de Sousa), provavelmente em 1768.
Pouco tempo depois, a cantora de Setúbal, com a sua voz de “mezzosoprano”, seguiria a via operática. Na temporada de 1770-1771 do Teatro do Bairro Alto, cantou em três “drammi giocosi per musica”, dois dos quais musicados por Giuseppe Scolari. (…)
A última atuação de Luísa Todi em salas públicas do território português ocorreria na cidade do Porto, em 1775. Antes disso, em Junho de 1772, os frequentadores do Teatro do Corpo da Guarda puderam assistir ao seu desempenho em Demoofonte, uma ópera do género sério a que melhor se ajustavam as suas características vocais e a expressão do seu canto. (…)
A estreia pública no estrangeiro só viria a ocorrer em Londres, no King’s Theatre (Haymarket), no mês de Novembro do mesmo ano de 1777. Aí atuou, até Junho de 1778, em seis “drammi giocosi per musica”. Após o exórdio londrino, começou a dedicar-se ao género operático sério vindo posteriormente a pôr termo aos desempenhos na ópera cómica.
Durante vinte e dois anos, a contar de 1777, a Todi construiu uma brilhante carreira internacional, acumulando sucessos de público e da crítica nas muitas cidades europeias de diferentes áreas linguístico-culturais onde a sua voz se fez ouvir. (…)
A temporada veneziana (1790-1791) no Teatro di San Samuele, que registou um tão memorável triunfo a ponto de ficar conhecida como “anno Todi”, marcava o início da digressão italiana da cantora, que a levaria a Pádua, Bérgamo (1791) e a Turim (1791-1792). (…)
No dia 12 de Janeiro de 1799, Luísa Todi terá atuado pela última vez numa sala pública, na récita que rematava três temporadas triunfais (de 1796 a 1799) no Teatro di San Carlo. Foi isto em Nápoles, uma das mais importantes praças operáticas da Europa. (…)
Cerca de dez anos antes do falecimento, cegou por completo, derradeira manifestação de uma grave doença ocular que se declarara durante a temporada veneziana. (…)


Fonte: Instituto Camões (excertos) 



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Luísa Todi morreu pobre e completamente esquecida do público.

Imagem: Luísa Todi – pintura de Elisabeth-Louise Vigée-Le Brun (Paris, França, 1755 – 1842)



sábado, 20 de fevereiro de 2016

FRANÇOISE SAGAN - Bom Dia, Tristeza





Françoise Sagan (França, 1935 - 2004)

Aos 18 anos, alcançou um sucesso fulgurante com o seu livro, Bom Dia Tristeza (Bonjour Tristesse), que vendeu milhões de exemplares.
Este romance tornou-se o símbolo da juventude francesa desiludida da França, em 1954.
Foi adaptado ao cinema por Otto Preminger, com interpretação de Deborah Kerr e David Niven.
Além de romances, publicou ensaios e peças de teatro.




Palavras de Françoise Sagan:
“Os objectos são os amigos que nem o tempo, nem a beleza, nem a fidelidade conseguem alterar.”



Descrição do livro Bom Dia, Tristeza:


“Na França pós-guerra, a jovem Cécile e seu pai viúvo Raymond aproveitam as férias numa agradável casa da Riviera.

Após alguns anos em um colégio interno, essa é a primeira oportunidade que a adolescente tem para se aproximar do pai. Imediatamente ela se encanta pelo estilo de vida dele e, juntos, passam a desfrutar de uma rotina prazerosa e descomprometida.

Quando Raymond resolve se casar com a conservadora madrinha de Cécile, a jovem percebe que está com a liberdade em jogo e decide pôr um fim ao casamento.

Mas o plano toma um rumo inesperado, alterando tragicamente aquela vida confortável.”


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

STUART CARVALHAIS – Caricaturista e pintor







Stuart Carvalhais (Vila Real, Portugal, 1887 – Lisboa, Portugal, 1961).
Foi no Alentejo que realizou os seus primeiros estudos, tendo sido aluno do Liceu de Évora. Por volta de 1900 foi para Lisboa, onde frequentou o Real Instituto (1901-1903) e cerca de 1905, trabalhou no estúdio de Jorge Colaço. Este era director da publicação  “O Século - Suplemento Humorístico”, na qual, em 1906, Stuart se estreou como caricaturista.
Começou a também a trabalhar como repórter fotográfico e ilustrador, sendo também em 1906 que fez a sua primeira incursão na banda desenhada, com "As Aventuras de Dois Meninos no Bosque". Em 1909 trabalhou no Salão Foz, um pequeno teatro que existia perto do Palácio Foz, onde foi palhaço e fazia caricaturas dos espectadores.
Dois anos depois, em 1911, tornou-se director do periódico “A Sátira” e, nos anos seguintes participou nos primeiros Salões dos Humoristas (1912 e 1913). Em 1913, esteve em Paris, cidade onde colaborou no Gil Blas e encontrou Amadeu de Sousa Cardoso, Almada Negreiros, Santa Rita e José Pacheco, entre outros artistas portugueses, que lá estavam nesse tempo.
Regressado a Portugal, devido à Primeira Guerra Mundial, tornou-se director de “ABC a Rir”. Foi em 1915, “n'O Século Cómico”, que surgiram as "histórias aos quadradinhos" de Quim e Manecas.
Em 1920 voltou a participar no Salão dos Humoristas, e em 1922, iniciou uma colaboração com a editora discográfica Valentim de Carvalho fazendo capas de discos.
Em 1925 e 1926, começou a trabalhar para o “Diário de Notícias” e o “Sempre Fixe”, consolidando ao longo dos anos seguintes uma carreira artística consagrada sobretudo à caricatura e à ilustração, mas também à pintura.


Fonte: A Arte em Portugal
Imagem: caricatura de Stuart Carvalhais