segunda-feira, 18 de abril de 2016

HART CRANE - À Ponte de Brooklyn






Hart Crane (Ohio, EUA, 1899 – Golfo do México, 1932).

Foi autor de dois únicos volumes de poesia: White Buildings (1926) e Bridge (1930).
The Bridge é constituído por um conjunto de quinze poemas líricos, sem qualquer ligação entre si, de inegável valor e beleza. Entre eles distingue-se o que o consagrou, À Ponte de Brooklyn, no qual se via o símbolo do «mito da América, ponte cruzando o rio, o oceano, o espaço e o tempo».



              À Ponte de Brooklyn


Quando à aurora submerge, resta-nos calafrio
gaivota irá nascer à asa girar-se-á inspirada,
derramando anéis alvos tumultuosos, se erguer
do alto da baía unida banhando á Liberdade.

É marfim dúplice abdicado em nossos olhos
aparentes velas veleiras que se cruzaram.
Alguns se expõem ter conservadas imagens
até o ascensor nos mascare em nosso dia...

Refletem em cines, truques panorâmicos,
multidões connosco alguma cena cintilante
nunca revelada se apressando outra vez,
Adivinhando outros olhos da cena lida;

E vós, pelo porto, vossos passos prateados,
emergi vós o sol, descuidado vosso passo,
alçada sensação sempre espreguiçar vós,
provocai em vós outra vez á liberdade!

Da alheia escotilha do metrô, cela ou sótão
encostos lamelosos aprestam vossos parapeitos,
instante espreguiçarem á folgada camisa,
num gracejo se esvaíram á caravana muda.

Down Wall, viga mestra vaza ao meio-dia a rua,
acetileno rasgo dente céu; durante à tarde
retornando guindastes de áreas- nuvens...

Vosso cabo sibila silente Atlântico Norte.
E entenebrecei - vós aos céus dos judeus,
A Recompensa... A vós que realmente doais
Da era anónima não deve ser glorificada:

Dá vossa remissão o perdão à vossa exposição.
tangidas harpas, em altares, fúria derretida,
(Labor da fadiga afiada vossas cordas corais)
Terrificado início do tomado profeta,
oração do pária, e queixa do amante.

Outra vez semáforos desatam-se em pressa vossa
fala não repartida; — estrelas ansiar inocente,
a conduzir-vos o caminho - concisa imortalidade:

Eu surjo crepúsculo içado em vossos braços.
Abaixo vós sombreeis cais vós almejastes;
somente na escuridão vossa sombra é intensa.

Dos intensos lotes urbe todos desfeitos.
neve deparou-se invadir vosso ano férreo...

Ó Insone, o rio a fluir sobre vós
salta mar o gramado utópico de pradarias,
até nós mais humildes qualquer dia derribem-nos,
descidos curvatura ao aferido mito de Deus. 



Tradução Eric Ponty


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