terça-feira, 27 de setembro de 2016

CARTA DE BEETHOVEN À SUA AMADA IMORTAL – Eternamente nós





CARTA DE BEETHOVEN À SUA AMADA IMORTAL 


Depois da morte de Beethoven foi encontrada numa gaveta da sua residência uma estranha carta fechada numa «segunda-feira, 6 de Julho». A data pode corresponder a 1801, 1807 ou 1812, anos em que o dia 6 de Julho foi segunda-feira, mas em geral pensa-se que foi escrita neste último ano. Outro problema é a destinatária. 

Embora se lhe conheçam algumas relações femininas (Giulietta Guicciardi, Thérèse Malfatti, Amalie Sebad…), ignora-se quem teria sido essa enigmática «amada imortal» e se se tratava de alguma delas. Nunca antes Beethoven se tinha expressado em termos tão explícitos e arrebatados:

«Pode subsistir o nosso amor por outro meio que não seja o sacrifício e a renúncia a tudo? Podes mudar tu esta situação em que não sou todo teu, nem tu toda minha? (…) Onde estou, tu estás comigo; comigo e contigo falo. (…) Atropelam-se os meus pensamentos para ti, minha amada imortal, às vezes alegres, depois tristes, à espera de que o destino nos favoreça. Só posso viver completamente contigo ou não posso viver (…) Continua a amar-me, não ignores nunca o coração mais fiel do teu amado Ludwig. Eternamente teu, eternamente minha, eternamente nós»



in “Crónica da Música”


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