sexta-feira, 30 de junho de 2017

FRANCISCA POSSOLO DA COSTA - A uma despedida




FRANCISCA POSSOLO DA COSTA
 (Lisboa, Portugal, 1783 – Cartaxo, 1838)
 
Poetisa

Não obstante a sua precoce vocação poética, dedicou-se, a princípio, ao cultivo da música. Compôs o primeiro soneto aos 14 anos, escolhendo assuntos de carácter arcádico: os aniversários dos amigos e parentes, o advento da Primavera, etc. Amiga de António Feliciano de Castilho, adoptou o nome arcádico de Francília, tendo, sob este nome, escrito uma epístola dirigida a Aleipe, sua amiga íntima, com a qual trocou saudações em verso. 

Foi considerada uma das pioneiras do movimento pré-romântico feminino em Portugal.

Algumas das suas obras:Francília, pastora do Tejo, Henriqueta de Orleans ou o Heroísmo.

***

A UMA DESPEDIDA

As horas voadoras vão trazendo
O instante fatal de uma partida,
Que dos gostos ligeiros desta vida
Um retrato funesto está fazendo.

A sociedade amável entretendo
Esteve a paz (por pouco possuída);
Que em mágoa pela dura despedida
No aflito peito sinto ir convertendo.

Com que horrores a pálida tristeza
Cobre o círculo breve dfos meus anos,
Martiriza a sensível natureza!

Como havendo pesares tão tiranos,
E almas nobres, que adorna a singeleza,
São tão poucos os santos desenganos!




quinta-feira, 29 de junho de 2017

TEMPLO DE ANGKOR WAT - Camboja

 
 
 
 
TEMPLO DE ANGKOR WAT
 
 
A cidade de Angkor, no Camboja, foi abandonada à selva depois de uma ocupação periódica como capital da civilização khmer, do século IX ao século XIII. O templo de Angkor Wat é um recinto num vasto local disperso por uma distância de cinquenta quilómetros de este para oeste.
 
Construído numa elevação e rodeado por um fosso artificial, o templo tem uma disposição simétrica em plataformas que sobem até à torre central de sessenta e cinco metros de altura. Longas colunatas ligam as torres em cada nível em anéis concêntricos de galerias rectilíneas.
 
Chega-se ao local passando o fosso, por uma calçada ladeada por figuras de pedra. As torres ascendentes representam o mundo espiritual e as casas dos deuses na montanha e foram provavelmente construídas em homenagem a divindades ancestrais.
 
Artefactos tirados do local e grandes secções moldadas dos edifícios do templo foram exibidas em Paris em 1867, anunciando uma grandiosa e desconhecida civilização rivalizando com as criações ocidentais da arquitectura clássica e gótica.

 
in “Arquitectura” – Neil Stevenson

 

 

 

 

quarta-feira, 28 de junho de 2017

TEÓCRITO - As Feiticeiras

 
 
 
TEÓCRITO
(Siracusa, Itália, 315 a.C.-250 a.C.)

Poeta

 
Teócrito, o maior dos poetas helenísticos e o último grande poeta grego, era contemporâneo de Calímaco (315 a.C. – 244 a.C.) e também viveu algum tempo em Alexandria. Praticamente tudo que sabemos a seu respeito baseia-se em sua própria obra.

 A julgar por alguns dos seus poemas, deve ter conhecido várias regiões da Magna Grécia. Viveu algum tempo na ilha de Cós, onde aparentemente tinha laços familiares. Esteve também no Egipto.

 Os principais poemas de Teócrito são conhecidos colectivamente por idílios (pequenos poema) devido à sua pequena extensão - de 100 a 200 versos, às vezes menos. Chegaram até nós cerca de trinta idílios, alguns epigramas e um poema figurado, A Flauta.

 Os idílios podem ser reunidos em três grupos: idílios pastorais ou bucólicos; mimos dramáticos e líricos e pequenos poemas em versos épicos.

 Os versos de Teócrito mostram preocupação com a forma, mas sem a pedante erudição alexandrina. O vocabulário é simples, as numerosas comparações e os diálogos são curtos e naturais; nos idílios bucólicos, inclusive, está presente o dialecto dórico, utilizado pelos pastores sicilianos. Predomina o verso hexâmetro.

 Teócrito buscou, certamente, inspiração em formas e gêneros literários mais antigos, mas conseguiu moldá-los em um novo gênero literário. Pela primeira vez, portanto, personagens humildes e de baixo nível social foram retratados em hexâmetros, antes reservados aos aristocráticos heróis homéricos.

 
in “Graecia Antiqua, São Carlos”

 
* * *
 
AS FEITICEIRAS (início do poema)

 
Traze-me os filtros, anda! E as folhas de loureiro.
Envolve-me essa taça em lã avermelhada,
a ver se encanto assim o cruel estrangeiro
que há doze dias já me deixa abandonada…

Ave, traze até mim o jovem meu amado.

Vou queimar lentamente este ramo de louro:
vede como crepita! Ei-lo já todo em brasa…
Assim fique também aquele por quem morro!
E que eu o veja ardendo, aqui, em minha casa!

Ave, traze até mim o jovem meu amado.
 
Derreter esta cera? Assim me ajude a lua,
para que se derreta a sua própria alma!
Ou que eu o veja então rondar a mina rua,
como nas minhas mãos esta onda não pára!

Ave, traze até mim o jovem meu amado.

Já o mar se calou; já o vento caiu…
Mas a dor, no meu peito, é que nunca se cala.
Que foi que se passou? Sei que tudo perdi,
e que sou, para ele, ainda menos que nada.

Ave, traze até mim o jovem meu amado.

 
Tradução: David Mourão-Ferreira

 

 

terça-feira, 27 de junho de 2017

CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO – Médica e feminista

 
 
 
CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO
(Guarda, Portugal, 1878 — Lisboa, 1911)

Médica e feminista

Licenciou-se em Medicina na Universidade de Lisboa, em 1902.
Foi pioneira na prática cirúrgica em Portugal e dedicou-se à ginecologia.

Presidiu à Associação de Propagada Feminista e à Liga Republicana das Mulheres Portuguesas. Até então, às mulheres não era concedido o direito de voto. Mas ela obteve esse direito, por sentença do juiz João Baptista de Castro, pai da escritora Ana de Castro Osório. Foi, portanto, a primeira mulher que, em Portugal, votou, nas eleições das Constituintes da República, em 28 de Maio de 1911.

 

in “Dicionário de Mulheres Célebres”

 


segunda-feira, 26 de junho de 2017

FERNANDO LIMA - Bailarino

 
 
 
FERNANDO LIMA
(Lisboa, Portugal, 1928 –2005)

Bailarino e coreógrafo

Fernando Lima foi o primeiro português a impor-se como bailarino clássico no país. Com Águeda Sena e a italiana Anna Mascolo – todos saídos do Círculo de Iniciação Coreográfica – formou o trio de bailarinos mais conhecidos da sua época, tendo com a primeira formado uma parceria única na vida e no palco e fundado até duas companhias de dança – O Ballet Concerto e os Ballets de Lisboa.
Depois de uns anos de experiências artísticas no estrangeiro, dedicou-se à coreografia, tendo viajado pelo mundo com uma pequena companhia na “linha” do Verde Gaio.
O trabalho de ambos no Teatro de Revista foi particularmente relevante e deixou seguidores. Coreografou muito para o ecrã e, desde o seu início em Portugal, foi, sem dúvida, o coreógrafo do seu tempo que mais trabalhos fez para a RTP.
Em 1961 assumiu a direcção dos Bailados Portugueses Verde Gaio, com a sua mestra, Margarida de Abreu, tendo ambos leccionado e coreografado durante alguns anos até quase à extinção do grupo em 1983.
 

in “Revista da Dança”

Imagem: Grupo de Dança Fernando Lima – Coreografia "Água", do espectáculo "Os 4 elementos".


domingo, 25 de junho de 2017

JOÃO MARIA DOS ANJOS - Guitarrista

 
 
 
JOÃO MARIA DOS ANJOS
(Lisboa, Portugal,1856 – 1899)

Guitarrista

No que se refere à evolução do fado, uma figura importante há que destacar. Trata-se de João Maria dos Anjos, um sapateiro de Alfama (como também o fora seu pai, com quem aprendeu a tocar guitarra), que se tornou um exímio guitarrista. Autor de um “Novo Método de Guitarra” (1889), foi executante de música erudita e o provável criador da afinação do fado (Si, Lá, Mi, Si, Lá, Ré).
João Maria dos Anjos, artista de reconhecido mérito graças à sua apurada sensibilidade e aos seus dotes de executante, foi um verdadeiro reformador, não só da velha escola da guitarra portuguesa mas do próprio fado.

Ficaram célebres os concertos realizados em 1873 no Casino Lisbonense, no Teatro Ginásio, no Palácio de Cristal do Porto e no Café Chinês da Póvoa do Varzim.
Tido como o maior guitarrista português do século XIX, foi também autor de músicas e compôs, entre outros, o fado que tem o seu nome, o Fado das Salas, o Fado do Casino Lisbonense e Meu Segredo ou Canção de Cascais.
 

in “Lisboa, O Fado e os Fadistas” – Eduardo Sucena

 

sábado, 24 de junho de 2017

GIORGIONE - Pintor

 
 
 
GIORGIONE
(Castelfranco Veneto, Itália, 1477 - Veneza, 1510)

Pintor do Renascimento

Tão misteriosa e incerta como a sua vida é a sua obra: há notícia de 43 pinturas suas, perdidas; e são-lhe atribuídas umas dezoito, actualmente.
Se, porém, a sua obra é, hoje, muito reduzida, a sua importância é imensa, e bastaria A Tempestade ou O Concerto Campestre, tão imitado nos séculos seguintes, para elevar Giorgione ao primeiro plano da pintura europeia.
Os temas das suas composições são frequentemente misteriosos ou obscuros; talvez em resultado de nova compreensão do mundo oriental, já tentada por Bellini e Carpaccio, mas apenas o aspecto pitoresco.
O seu interesse pela natureza, desligado de quaisquer compromissos simbólicos, revela-se na maneira indefinida, romântica, com que pinta a paisagem, em que a atmosfera tem o papel predominante na obtenção da unidade da obra, e onde as figuras humanas, libertas de todo o aparato mitológico do Renascimento, aparecem desligadas de qualquer acção.
 

in “Enciclopédia de Cultura”
Imagem: auto-retrato (?)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O OVO DE GALINHA

 
 
 
 
O OVO DE GALINHA
 
 I
 
Ao olho mostra a integridade
de uma coisa num bloco, um ovo.
Numa só matéria, unitária,
maciçamente ovo, num todo.

Sem possuir um dentro e um fora,
tal como as pedras, sem miolo:
é só miolo: o dentro e o fora
integralmente no contorno.

No entanto, se ao olho se mostra
unânime em si mesmo, um ovo,
a mão que o sopesa descobre
que nele há algo suspeitoso:

que seu peso não é o das pedras,
inanimado, frio, goro;
que o seu é um peso morno, túmido,
um peso que é vivo e não morto.
 
II
 
O ovo revela o acabamento
a toda mão que o acaricia,
daquelas coisas torneadas
num trabalho de toda a vida.

E que se encontra também noutras
que entretanto mão não fabrica:
nos corais, nos seixos rolados
e em tantas coisas esculpidas

cujas formas simples são obra
de mil inacabáveis lixas
usadas por mãos escultoras
escondidas na água, na brisa.

No entretanto, o ovo, e apesar
de pura forma concluída,
não se situa no final:
está no ponto de partida.
 
III
 
A presença de qualquer ovo,
até se a mão não lhe faz nada,
possui o dom de provocar
certa reserva em qualquer sala.

O que é difícil de entender
se se pensa na forma clara
que tem um ovo, e na franqueza
de sua parede caiada.

A reserva que um ovo inspira
é de espécie bastante rara:
é a que se sente ante um revólver
e não se sente ante uma bala.

É a que se sente ante essas coisas
que conservando outras guardadas
ameaçam mais com disparar
do que com a coisa que disparam.
 
IV
 
Na manipulação de um ovo
um ritual sempre se observa:
há um jeito recolhido e meio
religioso em quem o leva.

Se pode pretender que o jeito
de quem qualquer ovo carrega
vem da atenção normal de quem
conduz uma coisa repleta.

O ovo porém está fechado
em sua arquitetura hermética
e quem o carrega, sabendo-o,
prossegue na atitude regra:

procede ainda da maneira
entre medrosa e circunspecta,
quase beata, de quem tem
nas mãos a chama de uma vela.



in "João Cabral de Melo Neto - Obra Completa"

JOÃO CABRAL DE MELO NETO (Recife, Brasil, 1920 — Rio de Janeiro, 1999), poeta e diplomata brasileiro.

Imagem: fotografia de Dyce Poesias– Brasil

quinta-feira, 22 de junho de 2017

RENÉ CREVEL – Poeta

 


RENÉ CREVEL
(Paris, França, 1900 – 1935)

 Poeta, romancista e ensaísta

O mais conhecido dos escritores surrealistas é talvez Éluard, o mais surrealista dos escritores surrealistas pode ser Breton, e o mais esquecido dos escritores surrealistas é René Crevel. Mas mesmo com essas lacuna, o jovem René sempre teve grandes adeptos entre minorias alternativas.
Crevel era um homem torturado. Aos catorze anos, assistiu ao suicídio do pai, que se enforcou. Surrealista fiel a André Breton, que tinha como um pai espiritual, era tuberculoso e passou temporadas em sanatórios. Inquieto, andou pelas bandas da psicanálise, mas continuava a sentir-se domador e fera de si mesmo. Tumultuoso e frágil, escreveu em 1925 que a inteligência incita ao suicídio. Cumpriria essa vocação dez anos depois.

Algumas das suas obras: Mon Corps et moi, La Mort difficile, L'Esprit contre la raison, Le Roman cassé et derniers écrits.

in “Ecos do Nada” (excertos)
 
***
OLHAR
 
Teu olhar cor de rio
É água que muda, em arranjo
Com o dia saciado no cenário.
Madrugada, Vestido de anjo
Um naco do manto celestial
Sob teus cílios, entre as margens
Se fez. Flui, flui viva água em paragens.
A noite parte, mas o amor permanece
E minha mão sente bater um coração.
A alvorada quis adornar nossos corpos com sua acalmação.
Corpo-de-Deus.
O desejo matinal retomou nossos corpos nus
Para esculpir uma carne que acreditávamos cansada.
Sobre os rios ao longe barcas já desancoradas.
Nossas peles depois do amor têm cheiro de pão quente.
Se a água dos rios está pelos nossos membros,
Teus olhos lavarão minha alma;
Mas teu olhar líquido ao meio-dia que eu temo
Se transformará em chumbo?
Eu tenho medo do dia, do dia pesado como um jumbo
Do dia que sacia teu olhar cor de rio
Ou numa noite pavimentada por gêmeos triunfos
Se a vitória grita a volúpia dos anjos,
Revele-se nela a Majestade de um Ganges.
 
 
Tradução: Lucas Guimarães
 

 
 
 
 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

FRANÇOIS DE MALHERBE - Poeta

 
 
 
 FRANÇOIS DE MALHERBE
(Caen, França,1555 - Paris, 1628)

Poeta e tradutor

Oriundo da magistratura protestante, frequentou as Universidades de Basileia e Heidelberga. Graças à protecção de Maria de Médicis será, a partir de 1605, o poeta oficial da corte.
Iniciando a sua carreira literária na peugada dos poetas da Plêiade, há-de, através de uma evolução lenta mas segura, caminhar para uma poesia impessoal, expressa numa forma pura e trabalhada, e técnica impecável, baseada na escrupulosa depuração da língua, na perfeição do ritmo e na harmonia da rima.
As suas formas expressivas foram o soneto, a ode, por ele arrancada ao esquecimento em que caíra depois de Ronsard, e o poema em estâncias regulares, cujo exemplo mais perfeito é a Consolation à M. du Périer.
Não menor do que a influência da sua poesia, aliás pouco quantiosa, foi a da teoria expressa nas notas lançadas à margem de um exemplar das obras de Desportes, reunidas depois por Recan no Commentaire sur Desportes.

in “Enciclopédia de Cultura”

 
***

 Por ocasião da morte da filha de um amigo, François de Malherbe escreveu o poema Consolation à Monsieur du Périer, do qual fazem parte os seguintesversos:

 
Mas ela pertencia a um mundo em que as mais belas coisas
têm vida curta e vã;
e, rosa, ela viveu o que vivem as rosas,
Uma breve manhã.

terça-feira, 20 de junho de 2017

SANTO ISIDORO DE SEVILHA

 
 
 
 
SANTO ISIDORO DE SEVILHA
(Cartagena, Espanha, 560 - Sevilha, 636)

Teólogo, historiador, erudito e filósofo

Considerado o derradeiro padre da Igreja Ocidental e a primeira personalidade marcante da Igreja da Alta Idade Média espanhola, sendo indiscutivelmente não só a individualidade mais proeminente da Igreja visigoda mas, também, um dos homens mais cultos da sua época, reunindo nas suas obras todo um conhecimento enciclopédico que inclui informação sobre todas as matérias conhecidas no seu tempo, com particular destaque quer para história sagrada, quer profana, citando inúmeros autores quer antigos – sobretudo romanos -, quer seus contemporâneos.
Reuniu também uma excepcional biblioteca, considerada a mais importante da sua época. As suas obras haveriam de servir como referência obrigatória a gerações de eruditos ao longo de toda a Idade Média, influenciando decididamente toda a cultura medieval, sobretudo nos aspectos relacionados com a hermenêutica que a sua obra Etimologias – Originum sive Etymologiarum libri XX – é paradigmática. Esta obra notável – a que S. Braulio, por morte do autor, deu os retoques finais – reúne e sistematiza todo o saber da sua época, conceptualizando, estabelecendo analogias; lançando no futuro, resgatando já então do inexorável esquecimento, inúmeros nomes da cultura clássica – alguns dos quais temos hoje conhecimento apenas porque ele os nomeia e cita.

Em 1722 o Papa Inocêncio XIII proclama-o Doutor da Igreja Universal.

 

in “Didacta – Filosofia”


segunda-feira, 19 de junho de 2017

TEATRO BOLSHOI – Moscovo

 
 
 
 
TEATRO BOLSHOI

 
Principal teatro lírico de Moscovo, cujo nome significa, em russo, «grande», foi inaugurado em 1825.
Em Março de 1853, um incêndio destruiu parcialmente a sala. O novo Bolschoi, cujo aspecto foi preservado até aos nossos dias, foi reinaugurado a 20 de Agosto de 1856. Com uma capacidade de 2100 lugares, a sua estrutura é de arco de ferradura, à italiana. E tem seis ordens de camarote, com uma decoração em que predominam os vermelhos e os dourados.
O Bolshoi tem sido palco de numerosas estreias históricas, incluindo a de 4 de março de 1877 do famoso bailado O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky, e de várias composições de Rachmaninoff.

 

in “Auditorium”

 


domingo, 18 de junho de 2017

DENTRO DE MIM CAI A PEDRA...

 
 
 
 
DENTRO DE MIM CAI A PEDRA...

 
Dentro de mim cai a pedra
Que me arrasta para o fundo.
As pistolas inundadas
Deste amor de que me inundo
Só me pesam. Punhais de aço
O que podem contra água?
De tudo quanto era garra
Me desentrego e desfaço.

Ficam-me os olhos no espaço
E o coração por guitarra.

 
ANTÓNIO VERA - poeta

Imagem: pintura de Maria Manuela Mendes da Silva (Porto,  Portugal, 1948).

sábado, 17 de junho de 2017

ÉSQUILO – O primeiro dramaturgo europeu

 
 
 
ÉSQUILO
(Grécia, 525 a.C. – Sicília, Itália, 456 a.C.)
 
Poeta e dramaturgo

É o mais antigo dos poetas trágicos, sendo o verdadeiro criador da tragédia grega.
Grande parte da sua obra destina-se à narração de passagens da mitologia grega e das sagas dos deuses.
Reduziu a importância do coro e acrescentou um segundo actor, possibilitando o diálogo entre personagens e a acção dramática.

Algumas das suas obras: As Suplicantes, Os Persas, Sete contra Tebas, Prometeu Acorrentado, a trilogia Oréstia (Agamemnon, Eumênides e As Coéferas).

***
 
Palavras de Ésquilo
“Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja.”


Ah, desgraça inerente à raça!
o grito torturante da morte
e o golpe que atinge a veia,
o sangramento inestancável, a dor,
a maldição insuportável.

Mas há uma cura dentro

e não fora de casa, não
vinda de outros mas deles próprios
por sua disputa sangrenta. Apelamos a vós,
deuses da sombria terra.
Ouvi bem-aventurados poderes soterrâneos
atendei o nosso apelo, socorrei-nos
Favorecei os filhos, dai-lhes a vitória.


in “As Coéforas”

sexta-feira, 16 de junho de 2017

ROSA PARKS - Símbolo da luta anti-racista nos EUA

 
 
 
ROSA PARKS
(Tuskegee, EUA, 1913 – Detroit, 2005)

 
Activista na luta pelos direitos civis

Rosa Parks era uma costureira de 42 anos quando entrou para a história americana. No dia 1º de dezembro de 1955 ela estava num autocarro na cidade de Montgomery, Alabama, quando um homem branco exigiu que ela se retirasse do banco onde estava para ele se poder sentar.

Recusou sair, desafiando as regras que exigiam que pessoas negras se sujeitassem a abrir mão de seus lugares no transporte público para brancos. Com este acto, Rosa foi presa e multada.

A prisão da costureira desencadeou um boicote de 381 dias ao sistema de ônibus, organizado pelo pastor da Igreja Batista, Martin Luther King Jr.
Anos mais tarde, Luther King ganharia o Prêmio Nobel da Paz graças à sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Foram precisos 41 anos para que o governo americano reconhecesse o acto de Rosa e a premiasse com a "Medalha Presidencial pela Liberdade", em 1996. Em 1999 o Congresso americano outorgou-lhe a Medalha de Ouro, a mais alta honraria civil.

 
***
Palavras de Rosa Parks
"A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no ônibus foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Aguentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo.»

 
 
 
 
in “Historianet” (excertos e adaptação)