quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

JUAN JAMÓN JIMÉNEZ – Como, Morte, Temer-te


JUAN JAMÓN JIMÉNEZ
(Moguer, Espanha, 1881-Porto Rico, EUA, 1958)

Poeta

Autor de poemas de inspiração simbolista e uma das maiores figuras do lirismo espanhol (Almas de Violeta, Ninfeas, Eternidades).
Como prosador, destaca-se pelas narrativas de Platero y yo.
Exerceu grande influência nos escritores espanhóis e hispano-americanos.
Recebeu, em 1956, o Prémio Nobel de Literatura.

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Palavras de Juan Jamón Jiménez
"O poema deve ser como a estrela que é um mundo e parece um diamante.”

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COMO, MORTE, TEMER-TE?

Como, morte, temer-te?
Não estás aqui comigo, a trabalhar?
Não te toco em meus olhos; não me dizes
que não sabes de nada, que és vazia,
inconsciente e pacífica? Não gozas,
comigo, tudo: glória, solidão,
amor, até tuas entranhas?
Não me estás a sustentar,
morte, de pé, a vida?
Não te levo e trago, cego,
como teu guia? Não repetes
com tua boca passiva
o que quero que digas? Não suportas,
escrava, a gentileza com que te obrigo?

in "La Muerte"
Tradução: José Bento


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